Em ostracismo, o volante João Paulo, de 29 anos, vive seus últimos dias no Atlético. O contrato do jogador, torcedor declarado do Furacão, vai até 31 de março de 2015 e não será renovado pelo clube.
A maior prova disso é seu desaparecimento do time titular e até da relação de convocados para os jogos. Nas últimas 11 rodadas, o Guerreiro como foi apelidado pelos fãs atuou somente 19 minutos (nos últimos cinco duelos, dois deles na Arena da Baixada, sequer figurou entre os suplentes).
Até a 22.ª rodada, contra o Cruzeiro, o paranaense de Francisco Beltrão havia jogado 14 partidas, metade como titular, totalizando 919 minutos em campo.
Nesta temporada, incluindo Libertadores e Copa do Brasil, são 24 aparições ao todo com a camisa 8. Dez a menos do que em 2012, quando foi contratado na metade do ano para a disputa da Série B, e 14 a menos do que no ano passado, quando foi peça importante do time que terminou o ano em terceiro do Nacional.
E o sumiço, de acordo com a apuração da reportagem, não é apenas opção técnica. João Paulo não é apreciado pela diretoria atleticana.
"Nunca veio ordem para não usá-lo, mas davam a entender que alguém não gostava dele", afirma uma fonte ligada à comissão técnica do clube. A situação, inclusive, foi exposta para todo elenco.
"É de estranhar [que ele não tenha mais jogado]. É um cara que tem mais de 100 jogos só em Brasileiros [A e B] com a camisa do Atlético e, de repente, não joga mais. A gente lamenta, porque sabe do empenho dele e especialmente por ser torcedor", reclama o empresário do atleta, Luiz Alberto de Oliveira, da L.A. Sports.
A partir da chegada de Claudinei Oliveira ao comando do Rubro-Negro, a importância do volante, um dos jogadores mais queridos pela torcida, despencou. Foram apenas quatro jogos (248 minutos), exatamente no início de trabalho do treinador. Sem ele, a equipe ainda sofreu por mais três rodadas até encaixar a sequência de vitórias que espantou o risco de queda.
Agora, o atleta aguarda o término do campeonato para fechar um acordo para ser liberado e começar 2015 já em uma nova casa.
"A partir de agora existe a possibilidade de um pré-contrato e acredito que vamos entrar um consenso para ele ficar livre. Vamos começar a trabalhar para achar um novo time para ele. Existem interessados de Série A", fecha Luiz Alberto, que admite também a possibilidade de o meio-campista retornar para o futebol japonês, onde defendeu o Albirex Niigata entre 2010 e 2011.
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