Desde 2001, a chegada de dezembro cria expectativas em Geninho. Nem tanto pelas festas de fim de ano. Para ele, o momento mais especial chega um pouco antes do Natal, no dia 23. Data que neste ano assinala 15 anos da maior conquista da história do Atlético: o título brasileiro de 2001.
“É um título que comemoro sempre. E a data do Natal ajuda nisso. Toda vez, lembro da correria que foi em 2001, minha família já estava de férias e acabei me deslocando para São Caetano do Sul”, relembra Geninho. “É o grande título do Atlético e o meu grande título como profissional. Faço um brinde com a família e os amigos”, reforça.
O caneco foi conquistado após vitória por 1 a 0 sobre o São Caetano, no ABC paulista. No jogo de ida da final, o Furacão já havia vencido por 4 a 2 na Baixada. A caminhada até lá, no entanto, foi de reviravoltas. E teve Geninho como um dos grandes protagonistas.
O Furacão iniciou a competição com Mário Sérgio – que neste ano foi uma das vítimas da tragédia da Chapecoense – no banco de reservas. Após oito jogos, quatro vitórias, dois empates e duas derrotas, o treinador pediu demissão e previu: “Ou o Atlético acaba com a noite, ou a noite acaba com o Atlético”.
Quando Geninho chegou ao CT do Caju, o clube tinha preparada uma longa lista de dispensas. Nela, nomes como o capitão Nem, o meia Souza e o atacante Alex Mineiro, decisivos na caminhada vitoriosa. “Quando cheguei, estava aquele tumulto, todo mundo indo para a noite. Mas eu pedi à diretoria para conhecer o grupo antes. Eu conhecia nomes da lista e sabia que ainda podiam me ajudar”, relembra Geninho.
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A sequência dos acontecimentos entrou para a história. “Depois, os jogadores sossegaram um pouco. Saíam só quando podiam. E por isso houve convivência boa. Tiraram o pé do acelerador. E quando viram que podíamos ser campeões, aumentaram ainda mais a conscientização”, complementa.
Geninho conta que mantém contato com poucos dos atletas daquela conquista. Distância física que em nada se compara ao vínculo perene criado entre os campeões.
“Todo mundo que participou criou um sentimento muito especial. Dava alegria de ver o time jogar, a Arena lotada. Foi mágico”, diz. “O Atlético devia todo ano ter uma ‘puta’ festa, uma comemoração. Não é fácil ser campeão nacional. Muito time grande não consegue”, complementa.
Campeão brasileiro com o Atlético em 2001, Geninho assegura não guardar mágoas de Mario Celso Petraglia. O técnico teve mais duas passagens pelo Furacão, em 2008 e em 2011 — quando foi demitido com 80% de aproveitamento. “Nunca houve briga. Nós divergimos em conceitos sobre como se faz futebol”, assegura o treinador, sobre a conturbada relação com o hoje presidente do Conselho Deliberativo do clube. “Nunca foi uma relação de amizade. Mas nunca houve desrespeito. O reconheço como um baita administrador. E eu não me meto em administração. Mas divergimos sobre como se conduz um grupo. E o título comprovou minha filosofia. Depois ganhei mais coisas com essa mesma filosofia”, diz Geninho.
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O técnico também “se defende” da simbólica imagem em que aparece tomando no gargalo, logo após o título, ainda no ônibus, um caro champanhe francês. “Apareceu essa garrafa, nada mais natural do que dar um gole. Como não tínhamos taça, cada um foi dando um gole. Mas na foto só eu apareci”, brinca o técnico, que seguirá no ABC em 2017, após obter o acesso para a Série B este ano.
“Nos últimos quatro anos, tive quatro acessos. O acesso do ABC foi comemorado como um título. Agora, a ideia principal é se manter na Série B. Mas, de repente, encaixamos o time e brigamos pelo acesso”, analisa.
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