O técnico do Atlético, Miguel Ángel Portugal, não é unanimidade no clube. Seu método de trabalho, falta de padrão de jogo - ele comandou o time em apenas quatro partidas -, e a recente bronca do atacante Adriano colocam o treinador na berlinda prematuramente. Conheça as dificuldades que o espanhol tem enfrentado desde que chegou ao CT do Caju, no dia 9 de janeiro.
Desconfiança
Por ser desconhecido no Brasil e pouco prestigiado na Espanha, Portugal chegou ao Furacão já com desconfiança da torcida. Em seu país, foi treinador somente de equipes menores, como Toledo, Córdoba e Racing Satander. Como dirigente, trabalhou como diretor de futebol do Córdoba e como secretário técnico do Real Madrid (o cargo mais expressivo que ocupou fora do gramado). Antes de vir para o Atlético, treinava o Bolívar, da Bolívia.
Fechados com Adriano
Desde que começou a treinar no CT do Caju, em dezembro, o carisma do Imperador ganhou o elenco. Tanto que a insatisfação do atacante, que jogou apenas 11 minutos contra o Vélez Sarsfield, não foi apenas do atacante. O zagueiro Manuel, um dos líderes do grupo, foi um que não escondeu sua opinião ao fim do jogo. "Infelizmente quem escolhe é o treinador", declarou o zagueiro.
Resultados imediatos
Acostumado à forma de trabalho europeia, Portugal tem tido dificuldade com a pressão do futebol brasileiro em obter resultado imediato. Ao contrário do futebol espanhol, onde o treinador fez a maior parte de sua carreira, a pressão por resultados normalmente não permite que o treinador tenha um tempo de adaptação ao elenco - o que, no caso de um treinador estrangeiro é ainda mais essencial - até alcançar resultados.
Rigidez física
Portugal e o preparador físico Gonzalo Abando querem que todo o elenco tenha índice de gordura corporal de no máximo 8%. Isso tem sido fiscalizado e cobrado diariamente pela comissão técnica, o que não é comum no futebol brasileiro e tem gerado uma reação ruim por parte do elenco.
Língua Portugal tem enfrentado dificuldade em se comunicar com o elenco. Nas entrevistas, é visível que o treinador tenta falar em português, mas o que sai é um portunhol enrolado. Isso pode estar dificultando a compreensão das orientações de Portugal, que está tendo aulas para melhorar a comunicação.
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