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Contra o Figueirense, o goleiro Weverton deu uma mostra do porquê é um dos ídolos atuais da torcida do Atlético. Ao perceber um tumulto nas arquibancadas da Arena da Baixada, por conta de um idoso que estava vestindo verde e sendo hostilizado, o jogador decidiu dar sua camisa de treino no aquecimento do jogo e resolver a situação.

Além das defesas, a atitude faz do atual camisa 1 do Furacão entrar na relação de goleiros de atitude que já vestiram a camisa rubro-negra. A Gazeta do Povo relembra a trajetória de outros arqueiros que marcaram época na Baixada.

Roberto Costa – do Torneio da Morte à Bola de Ouro

"Mãos de anjo e coração atleticano". Assim costumava se definir Roberto Costa, um dos maiores nomes a ter defendido a meta rubro-negra. O goleiro chegou ao clube no fim da década de 70, em meio a momentos complicados na Baixada – em 1979, esteve no grupo que escapou por pouco do rebaixamento no Paranaense.

O jogador jamais desanimou e, a partir de 1982, tudo mudou, com o título estadual. No ano seguinte, veio a consagração definitiva: o Atlético chegou à semifinal no Brasileiro, com o goleiro sendo o grande responsável pela campanha.

Apesar do título não ter vindo, Roberto Costa levou a Bola de Ouro da revista Placar, como melhor jogador da competição. Feito até então inédito no futebol paranaense e repetido apenas em 2001, pelo atacante Alex Mineiro.

Ricardo Pinto – ídolo que quase morreu pelo Furacão

Em 1995, desembarcou na Baixada o goleiro Ricardo Pinto, que disputaria a Série B com a camisa do Atlético. A identificação com o clube foi imediata, e o jogador virou o líder do elenco que conquistou o acesso à Série A em 1995.

Mostrando vibração e raça, o camisa 1 era reflexo da torcida dentro do gramado, mas teve sua trajetória interrompida de forma trágica. Após a vitória atleticana sobre o Fluminense, nas Laranjeiras, pelo Brasileiro de 1996, a torcida tricolor invadiu o gramado para agredir os rubro-negros.

Ricardo, que foi formado na base do clube carioca, foi atingido na cabeça e precisou passar por cirurgia para remoção de um coágulo.

Mesmo após a aposentadoria, o goleiro é claro ao mostrar seu carinho pelo Furacão, dizendo que o clube é a razão pela qual ele gosta de futebol até hoje.

Marolla – identificação e idolatria em anos de dificuldades

Em 1985, o Atlético levou o título paranaense, derrotando o campeão brasileiro Coritiba, tendo em Marolla a grande referência no gol.

Sóbrio e discreto, o arqueiro participou de outros dois títulos paranaenses (1988 e 1990), em um momento bastante complicado para o Furacão, que havia deixado a velha Baixada para jogar no Pinheirão - uma frustração jamais esquecida pela torcida.

No Campeonato Brasileiro de 1986, o camisa 1 ficou 739 minutos sem ser vazado, décima maior marca na história da competição. Na edição de 1988, Marolla se destacou nas decisões por pênalti, previstas no regulamento, a ponto de chamar a atenção de veículos nacionais.

Hoje, o ex-goleiro vive em Jaú, no interior de São Paulo, e é lembrado como o grande ídolo da geração que viveu longe da Baiaxada.

Caju – a Majestade do Arco nunca defendeu outro clube

Não se pode falar do Atlético sem lembrar de Alfredo Gottardi, o Caju. O goleiro marcou história no Furacão, a ponto de o Centro de Treinamentos rubro-negro levar seu nome.

A paixão pela meta e pelo clube vem de família. Caju assumiu a camisa 1 atleticana em 1933, em substituição ao seu irmão mais velho, Alberto. O jogador só vestiu outra camisa que não a atleticana em 1942, quando foi o goleiro titular da seleção no Sul-Americano - o equivalente atual à Copa América.

O amor ao Atlético se fez demonstrar nas recusas de propostas de Vasco, Botafogo, Flamengo e até mesmo do uruguaio Peñarol. A Majestade do Arco venceu seis estaduais até encerrar sua carreira, em 1950. Foram 18 temporadas no Joaquim Américo como atleta e, até mesmo depois da aposentadoria, Caju se fez presente. Construiu, ao lado do irmão, o alambrado da Baixada, e seus filhos Alfredo e Celso também defenderam o clube.

Flávio – paciência valeu o maior título rubrp-negro

O alagoano Flávio chegou ao Atlético pouco antes de Ricardo Pinto, em 1995. No início, teve poucas oportunidades, ficando na reserva ou até mesmo não sendo relacionado para os jogos da Série B.

Isso não desanimou o jogador, que seguiu trabalhando, até que o técnico Abel Braga deu a Flávio a chance de ser titular, quando Ricardo Pinto deixou a Baixada, em 1997. Apesar da grande responsabilidade em substituir um ídolo, Flávio nunca se deixou abater, mesmo em partidas nas quais saiu vaiado de campo.

Em 2001, o esforço do camisa 1 foi recompensado. Na decisão do Paranaense, Flávio foi um dos destaques rubro-negros e, no segundo semestre, o jogador terminou a temporada com o maior título da história atleticana: o Campeonato Brasileiro.

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