Familiares, colegas de trabalho e torcedores de Atlético e Fluminense velam, na tarde deste domingo (6), o corpo do ex-atacante, ídolo do Furacão e do Tricolor carioca na década de 1980. O jogador morreu 42 dias após a perda do seu ex-companheiro de ataque, Washington, com quem formou a dupla conhecida como Casal 20.

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"Foi uma tristeza muito grande essa perda. Infelizmente, uma coincidência infeliz porque há pouco mais de 40 dias também morreu o Washington. A dupla fantástica, o Casal 20, acaba desaparecendo", disse Sergio Ramírez, que jogou contra os ídolos quando atuou pelo Pinheiros e foi técnico de Washington no retorno do atacante ao Atlético em 1991.

Atual diretor de futebol do Bahia, Ocimar Bolicenho, foi diretor do Pinheiros quando Assis jogou no clube e prestou solidariedade à família no velório do ex-atacante. O corpo de Assis está sendo velado bairro São Francisco, em Curitiba, onde o cartola falou sobre as qualidades do atleticano. "Era um jogador de extrema técnica, que jogava fácil. Parecia que entrava em campo de terno, tamanha era a elegância."

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O tricolor Tiago Chaves, 33, foi um dos torcedores do time carioca a comparecer ao velório de Assis. Ele soube da morte do ídolo por meio de uma mensagem de celular enviada por familiares do ex-jogador e compareceu ao local com uma camisa réplica de 1984. A peça foi presente pelo próprio ‘Carrasco’, como era conhecido Assis no Rio devido aos gols marcados contra o rival Flamengo.

"Falei com o Assis um mês atrás, logo após a morte do Washington. Queria saber como ele estava reagindo e, apesar de triste, parecia estar superando a perda. Até combinamos de nos encontrar", disse o consultor, que considera Assis o maior ídolo da história recente do Fluminense. "O Castilho (goleiro do Brasil na Copa de 1954) perdeu até um dedo pelo Fluminense, mas o Assis é mais lembrado por essa nova geração".

De acordo com Chaves, amigos de Assis não sabiam que ele estava doente. "Deveria ser algo controlado pela família, mas que nunca chegou ao nosso conhecimento".

Atleticanos também foram se despedir do ídolo, inclusive o ex-pugilista Macaris do Livramento. "Minha primeira grande alegria com futebol foi vendo o casal 20, Assis e Washington. Estamos muito tristes com essa perda", afirmou Macaris, que lamentou a pouca presença de torcedores atleticanos no local. "No enterro do Washington estávamos em pouco mais de 20. Espero que amanhã, no Cemitério Água Verde, façamos uma grande despedida".

Apesar de a imprensa não ter tido autorização para acompanhar a cerimônia, é possível ver torcedores com a camisa do Atlético e do Fluminense no local, inclusive com o nome de Assis às costas.

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O enterro está marcado para esta segunda-feira, às 17 horas, no Cemitério da Água Verde. Ele morreu aos 61 anos, vítima de complicações renais e falência múltipla de órgãos. Assis deixa esposa e dois filhos.

Doença renal crônica

De acordo com Luiz Fernando Kubrusly, diretor clínico do Hospital Vita Batel, Assis sofria de uma doença renal crônica. Ele fazia um tratamento domiciliar chamado de diálise peritoneal domiciliar, um processo parecido com a hemodiálise.

"Há cerca de 17 dias ele teve uma peritonite [espécie de contaminação] e foi internado. Mas acabou não resistindo e morreu nesta madrugada", afirmou Kubrusly. Informações extraoficiais repassadas pela família ao corpo clínico do Hospital Vita Batel dão conta que Assis sofria da doença renal há pelo menos cinco anos. "Mas não tenho como confirmar isso porque ele não era nosso paciente antes dessa última internação", disse Kubrusly.