Sem clube desde agosto do ano passado, Dagoberto está próximo de retornar ao futebol. O atacante de 34 anos foi especulado até para voltar ao Atlético e tratou com bom humor os rumores, mas deixou claro que sua intenção é atuar no exterior. Embora Dago afirme que, com o desafeto Mario Celso Petraglia no comando rubro-negro ele, não voltará à Baixada, o jogador revela a vontade de fazer as pazes com o cartola no futuro.
Confira a entrevista concedida pelo jogador, por telefone, à Gazeta do Povo:
Desde sua saída do Vitória você está sem clube. O seu sogro, Marcio Ceschin, disse à reportagem que você poderia voltar ao Atlético. Existe essa possibilidade?
Não, não. É que meu sogro é um atleticano fervoroso [risos]. Até hoje muitos amigos atleticanos e até familiares brincam falando que eu deveria estar jogando essa Libertadores. Bem que eu gostaria porque eu tenho um carinho muito grande pelo Atlético. Mas enquanto o Petraglia estiver lá eu não volto. O meu problema não é com a instituição, é um problema pessoal com ele. O que ele fez comigo, não se faz com nenhum ser humano.
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Você chegou a falar com o Petraglia após a sua saída do Atlético em 2006?
Não, nunca mais. O que aconteceu foi muito simples. Ele dizia que eu era a grande revelação do clube e fez uma proposta que não me agradou. O jogador que era meu reserva ganhava oito vezes mais e depois ele forçava a barra para o negócio ser bom apenas para ele. Depois de muita briga veio uma proposta do Mônaco por 50% do passe, mas que era vantajoso só para ele. Então o São Paulo me ofereceu um contrato dez vezes melhor, para eu ser o principal jogador do time. Se você é um profissional que trabalha em uma empresa e recebe outra proposta para ganhar mais, você não vai aceitar? Se não aceitar, eu não entendo.
Você voltaria a falar com o Petraglia para passar as desavenças a limpo?
Eu queria encontrar com ele sim. Eu acho o Petraglia muito bom para algumas coisas e ruim em outras. O que eu sinto é que houve uma falta de sabedoria por parte dele na época para lidar com essa situação. Se ele fosse mais sábio na época, as coisas poderiam ter sido diferentes. Foi assim na questão com o Paulo Baier e com muitos outros. Então, para quem tem problemas com tanta gente, a culpa não poderia ser só minha.
Nas vezes em que enfrentou o Atlético, você foi muito vaiado. Como lidou com essa situação?
Eu entendo a torcida, faz parte. Mas têm pessoas que precisam entender as coisas. Eu não sou bobo e tenho minha família para cuidar. Eu queria ter continuado no Atlético, mas não fui valorizado. Aí me tacharam como mercenário pelo Atlético ter pago a minha cirurgia, sendo que era a obrigação do clube pagar. Eu me machuquei jogando, não de outra forma. Tem pessoas que precisam parar de olhar apenas pelo fanatismo. É muito fácil me acusar e até hoje me julgam. Mas a pergunta que eu faço é: qual foi a minha cota de erro nessa confusão?.
Você tem cinco títulos do Brasileirão no currículo (3 por São Paulo e 2 pelo Cruzeiro). Vai pendurar as chuteiras ou está planejando voltar ao futebol?
Eu estou tendo reuniões e em breve teremos novidades. Eu recebi propostas de alguns presidentes de clubes aqui do Brasil que prefiro não revelar para não expô-los. Mas quero jogar fora do país. Eu cansei um pouco de jogar no Brasil, até porque eu nunca joguei no exterior. Tenho a intenção de levar minha família vivenciar outra cultura. Mas eu não posso revelar o país ainda. E por enquanto estou jogando futevôlei direto com os amigos e cuidando da família. Estou vivendo um momento muito bom pessoalmente.
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