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Goleiro Weverton, do Atlético, no embarque na Colômbia para retornar ao Brasil. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Goleiro Weverton, do Atlético, no embarque na Colômbia para retornar ao Brasil.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Na última quarta-feira (8), um dia antes de completar seu primeiro mês de vida, a pequena Valentina recebeu um recado pela avó, do pai, o goleiro Weverton, do Atlético. “Eu disse a ela que o papai mandou um beijo, que estava muito feliz e que ela estava dando muita sorte”, conta a dona de casa Josefa Pereira à Gazeta do Povo.

Um recado que foi o desfecho de uma noite brilhante do goleiro atleticano. Na disputa de pênaltis contra o colombiano Millonarios, em Bogotá, o camisa 12 usou sua frieza em baixo da meta para segurar o chute rasteiro do zagueiro Pedro Franco. A intervenção ajudou o Furacão a alcançar a terceira fase eliminatória da Copa Libertadores e aproximou o goleiro de se transformar em uma lenda atleticana.

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À base de calmantes, a mãe do arqueiro e avó de sete netos – Valentina é a mais nova – viu pela televisão o filho caçula estreitar ainda mais sua relação com o clube que defende desde junho de 2012. Titular desde que chegou da Portuguesa, o goleiro hoje é símbolo rubro-negro.

Em quase cinco anos, 263 partidas disputadas (contando amistoso), um acesso à Série A, duas classificações à Libertadores, e no ano passado, finalmente, o primeiro título: o Paranaense com placar agregado de 5 a 0 sobre o rival Coritiba na final. No meio do caminho, incontáveis defesas à queima roupa e diversos pênaltis defendidos.

A inédita medalha de ouro olímpica com a seleção brasileira, no ano passado, também orgulhou a torcida atleticana. O nome de Weverton, então, entrou para a galeria dos ídolos perenes.

Entre os goleiros das 20 equipes da Série A, por exemplo, somente Fábio, do Cruzeiro, e Diego Cavalieri, do Fluminense, são titulares absolutos há mais tempo. Informação que sintetiza a rara relação de W12 com o Furacão.

“Ele tem um carinho imenso pelo Atlético”, ressalta dona Josefa, que tem a fala pausada assim como a do filho.

“O Weverton quer ver o clube lá em cima, conquistando títulos. E ele vai estar junto, fazendo parte. E amanhã, quando as pessoas comentarem dele, vão falar do grande goleiro que jogou no Atlético. O foco dele é fazer parte dessa história, ser um ídolo que amanhã a nova geração vai conhecer”, prossegue.

Weverton em ação contra o Millonarios na ColômbiaHugo Harada/Gazeta do Povo

A sintonia com o clube, desde a diretoria até o roupeiro, colaborou na permanência do arqueiro no CT do Caju após a inevitável valorização olímpica. Seu contrato vai até maio de 2018, mas se não aparecer uma proposta que o presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, considere boa, não há motivo para negociá-lo. Sondagens não faltaram. Assim como aumentos (merecidos) no salário do capitão da equipe.

“Tudo acontece no seu tempo e naturalmente. Hoje ele está no Atlético e ele não se preocupa com negociação. Se ele tiver que encerrar a carreira aqui, vai encerrar tranquilamente. Se tiver que ir embora, vai ir”, garante a mãe do camisa 12.

Em novembro de 2015, Weverton deu mais uma demonstração de como sua ligação com o Rubro-Negro é intensa. Inaugurou, em parceria com o clube, uma escola para formação de goleiros em Curitiba. Poderia ter feito o empreendimento sozinho, sem as cores e o símbolo do Atlético.

O distanciamento nunca foi uma escolha. Usuário frequente do Instagram, o camisa 12 sabe usar as mídias sociais para fazer o marketing pessoal e reforçar a identificação com a torcida do Atlético. No corpo a corpo, ele até já “salvou” um torcedor idoso que vestia verde na arquibancada da Arena da Baixada.

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Em julho, Josefa completará três anos desde que deixou o Acre para morar no mesmo condomínio do filho na capital paranaense. Pouco tempo depois, Ueliton e Viviane, irmãos mais velhos do goleiro, fizeram a mesma rota Rio Branco-Curitiba.

Todos viraram atleticanos e sofreram na última quarta da mesma maneira – ou até mais – que um torcedor comum ao assistir a disputa de pênaltis no El Campín.

“O medo existe, a preocupação. A pressão está toda em cima dele naquele momento dos pênaltis”, lembra Josefa, mãe da candidato a lenda para as próximas gerações de atleticanos.

“Confiamos no trabalho dele. Ele tem muita fé e também confia muito nele mesmo. Não é à toa ele sai todos os dias para trabalhar, às vezes gripado, com febre. Mas ele está lá treinando sempre para vencer”.

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