No primeiro dia de trabalho de Enderson Moreira no Atlético, o clube anunciou mudanças no departamento de futebol. Nove jogadores do time sub-23 foram oficialmente promovidos à equipe principal e ficam automaticamente à disposição do treinador para a sequência da temporada.
Passaram a integrar o grupo principal o goleiro Macanhan, os zagueiros Lula, Rafael Zuchi e Ricardo Silva, o volante Mattheus, o meia Bruno Mota e os atacantes Caíque, Cryzan e o indiano Romeo Fernandes. Alguns deles já vinham treinando com o ex-treinador Claudinei Oliveira.
O time sub-23, por sua vez, foi enxugado e diversos jogadores que constavam na lista oficial já não mais aparecem, como Marco Damasceno, Matheus Rosseto e o zagueiro colombiano Oscar Cabezas. Estes e mais alguns voltaram ao sub-20. Atualmente a equipe alternativa do Furacão está sem calendário e teve seu elenco reduzido pela metade. Chegou a ter quase 35 atletas. Hoje são apenas 14.
Moldada para disputar o Paranaense, a equipe B, comandada por Marcelo Vilhena fazia uma campanha razoável no Estadual, com duas vitórias, um empate e uma derrota. Em uma decisão surpreendente da diretoria, motivada por interesse político e insatisfação com o comportamento de alguns jogadores, o time principal passou a atuar no Estadual a partir da quinta rodada.
Em entrevista ao site do clube, Enderson falou sobre o aproveitamento das categorias de base e mostrou que será criterioso. O trânsito livre que existia até então de jogadores do sub-23 na equipe principal deve cessar em um primeiro momento.
“Sempre tive cuidado para lançar jogadores. Temos que prepará-los bem antes de colocá-los realmente numa partida profissional. Sei de tantos atletas que passaram de grande promessa na base a jogadores que não tiveram reconhecimento como profissional”, comentou.
Vitorioso como treinador de equipes de base – foi campeão da Copa São Paulo em 2007 pelo Cruzeiro e em 1996 pelo América-MG –, o técnico acredita que a cobrança deve ser bem dosada. “Tenho atenção, cuidado e cobrança diária, para que possam sempre apresentar um grande futebol e caminhem bem como profissional”, falou.
A saída de Enderson do Santos, no início do mês, foi marcada por relatos de desentendimentos dele com o grupo e diretoria santista. Alguns jogadores teriam reclamado que o treinador não valorizava os atletas da base, mas ninguém falou oficialmente sobre o assunto.
No Atlético, a tendência é que o time sub-23 não jogue mais o Campeonato Paranaense. Inicialmente o elenco principal disputaria apenas algumas partidas, mas o risco de rebaixamento preocupa a diretoria. O Furacão está muito próximo de disputar o chamado Torneio da Morte, quadrangular com as quatro piores equipes, que rebaixa duas delas ao final.
“Acho que acima de tudo o Atlético tem que fazer sua parte. Infelizmente não dependemos mais das nossas forças. Se acontecer, ótimo. Caso contrário, temos que estar preparados para o quadrangular, para que possamos conseguir o maior número de pontos”, disse Enderson.