Em defesa da Petrobras e do governo federal, centrais sindicais e movimentos sociais saíram às ruas nesta sexta-feira (13) em 24 estados do país. Nos atos, os manifestantes rejeitaram qualquer possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas expressaram insatisfação com os rumos de seu governo e fizeram críticas à sua política econômica.
As manifestações foram lideradas por organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a U nião Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros grupos.
Os manifestantes apresentaram como bandeiras a defesa da Petrobras e da democracia, dos direitos trabalhistas, da reforma política e da reforma agrária. Houve críticas ao ajuste fiscal proposto por Dilma, que restringe o acesso a benefícios previdenciários e ao seguro-desemprego. VÍDEO: Veja como foi o protesto de sexta-feira (13), em Curitiba
Fim da corrupção move atos para domingo
O impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não é a prioridade dos que pretendem ir às ruas no domingo (15) nos protestos contra o governo − em Curitiba, o evento começará às 14 horas, na Praça Santos Andrade.
Leia a matéria completaSegundo estimativas da Polícia Militar, as manifestações mobilizaram pelo menos 26 mil pessoas. Segundo os organizadores, foram 170 mil pessoas. Em São Paulo, o Datafolha calculou que 41 mil participaram. Em Curitiba, a previsão da Polícia Militar foi de mil pessoas. Apenas Roraima e Rondônia não tiveram manifestações.De acordo com o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o ato não foi nem contra nem a favor do governo, mas pela normalidade da democracia.
Participação e comemoração
Em Salvador, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli participou da manifestação em frente à sede da estatal. No dia anterior, Gabrielli havia prestado depoimento à CPI da Petrobras, e negou as acusações, lembrando que, apesar de ser investigado, não está sendo indiciado. O Palácio do Planalto comemorou a ausência de incidentes nas manifestações. O temor do governo era que eventuais conflitos nas ruas dessem combustível para os protestos convocados por grupos anti-Dilma para este domingo (15) em 66 cidades.
Em Curitiba, protesto apoia Lava Jato, mas defende Petrobras
- Katna Baran e Amanda Milléo
Assim como ocorreu em pelo menos 24 estados do Brasil, manifestantes de Curitiba fizeram um ato em defesa do governo federal, da Petrobras e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira (13). Líderes do movimento, que reuniu centrais sindicais e estudantis e movimentos sociais, dizem que ao menos 5 mil participaram do ato, enquanto a PM confirmou o número de 800 a mil manifestantes.
Os manifestantes começaram o ato com uma concentração na praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, no centro da capital, por volta das 17 horas. Depois de duas horas, eles caminharam pela Avenida Marechal Deodoro até a esquina com a Avenida Marechal Floriano Peixoto e, em seguida, seguiram pelo calçadão da rua XV de Novembro até a Boca Maldita, onde o protesto foi encerrado por volta das 20 horas. Não foram registradas confusões durante o ato.
O protesto foi regido por quatro pautas: a manutenção de direitos trabalhistas, com a revogação das recentes medidas provisórias da União que restringem o acesso ao seguro desemprego, pensão por morte e auxílio-doença; a não-privatização da Petrobras e a reestruturação das atividades da empresa; a reforma política, por meio de uma nova constituinte; e a defesa da democracia, com a manutenção de Dilma no poder.
“Lutamos muito para ter um sistema democrático, todo mundo tem direito de ir para a rua, mas aqui a luta é pela democracia”, resumiu Regina Cruz, presidente da CUT-PR, umas das entidades que organizou o ato. “Damos o maior apoio às investigações [da Lava Jato], mas isso não pode inviabilizar a Petrobras”, disse o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, Mario Dalzot.
Além de curitibanos, a manifestação contou com a participação de moradores de diversas cidades do Paraná, como do agricultor Bernardo Vergopolem, de Bituruna, que disse ter viajado para a capital para pedir por políticas públicas a favor da classe. “Há avanços nesse sentido, mas eles têm de continuar”, apontou. Segundo ele, cerca de cem pessoas da cidade estiveram na marcha.
Viés político
Em meio aos integrantes de movimentos sociais e sindicais, também eram vistas diversas bandeiras de apoio à Dilma. Alguns nomes do PT também participaram do ato, como a vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, os vereadores da capital Pedro Paulo e Professora Josete, e os ex-deputados federais Angelo Vanhoni e Dr. Rosinha. “É um ato importante para contrapor a ideia de impeachment”, declarou Pedro Paulo.
No domingo (15), estão previstos atos contra o governo federal em diversas cidades do país. A pauta principal é o fim da corrupção, mas, em alguns eventos nas redes sociais, os manifestantes pedem o impeachment da presidente.
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