Santos e Barcelona já previam a possibilidade de a DIS contestar na Justiça o valor oficial da transferência do atacante Neymar para o clube catalão em maio de 2013. Pelo menos é o que mostra o documento obtido pelo jornal espanhol Marca.
De acordo com o documento divulgado pelo diário nesta segunda-feira (29), Santos e Barcelona se comprometeram a dividir os custos de uma possível indenização à DIS caso o valor que o grupo de investidores tenha direito ultrapasse os 6,8 milhões de euros (R$ 23,9 milhões). Até custos com advogados devem ser divididos.
Na oportunidade, o Santos era presidido por Luís Álvaro.
No início de abril, a Folha de S.Paulo publicou que a DIS, que tinha 40% dos direitos econômicos do camisa 10 da seleção brasileira antes da transferência para o Barcelona, tinha “fortes indícios” de fraude na negociação.
A DIS pretende receber 25 milhões de euros (R$ 85 milhões) do time brasileiro, da equipe espanhola e do próprio jogador.
“Há um fortíssimo conjunto de indícios e documentos que indicam, de forma clara, ter havido uma série de contratos deliberadamente simulados entre as partes com o objetivo de fraudar os direitos econômicos de titularidade da DIS”, afirma o advogado Paulo Magalhães Nasser, sócio do escritório Miguel Neto, que defende o grupo.
No final de maio, o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, afirmou que o clube entrou com um processo na Fifa contra o atacante Neymar, o seu pai, Neymar da Silva Santos, a Neymar Sport e Marketing S/S Limitada (Neymar Sports), e o Barcelona, da Espanha.
A diretoria santista quer receber a diferença do valor anunciado (57 milhões de euros), no dia da transação, 31 de março de 2013, com o valor confirmado pela justiça espanhola (83 milhões de euros). Os advogados do clube querem, inclusive, receber a diferença com juros.
Além disso, o Santos pretende receber uma indenização por danos causados e ressarcimento das despesas referentes a ação.
O Santos confirmou, na época, que recebeu 17 milhões de euros (cerca de R$ 49 milhões) por Neymar, mas terá direito somente a 9 milhões de euros (aproximadamente R$ 26 milhões), pois teve que repassar do montante 40% a DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, e 5% a Teisa, grupo de investidores formados por conselheiros influentes no clube, que detinham porcentagem dos direitos econômicos do atleta.
Além dos 9 milhões de euros, o Santos embolsou mais 8 milhões de euros (aproximadamente R$ 23 milhões) na transação. Isso porque na venda do ex-astro santista ficou acordado que o clube espanhol pagou o valor para adquirir a preferência de compra de mais três atletas revelados nas categorias de base do alvinegro praiano – Gabigol, que segue no clube, e Victor Andrade e Giva, que já deixaram o alvinegro praiano. Giva atualmente defende o Coritiba.
Em abril, o juiz espanhol Pablo Ruz concluiu o processo de instrução referente à investigação a negociação e indiciou o ex-presidente do clube, Sandro Rosell, o atual presidente, Josep Maria Bartomeu, e o próprio clube por fraude fiscal.
Os três são acusados de fraudar valores de por volta de 12 milhões de euros (aproximadamente R$ 41 milhões) entre 2011 e 2014, quando supostamente teriam tentado esconder o valor real da negociação que tirou o jogador do Santos.
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