O suíço Joseph Blatter vai tentar conquistar o direito de exercer o seu quinto mandato de quatro anos como presidente da Fifa. Estimulado por uma Copa do Mundo bem-sucedida no Brasil e pelo anúncio do presidente da Uefa, Michel Platini, de que não participará da eleição no próximo ano, Blatter, de 78 anos, acredita que terá o apoio suficiente para ganhar novamente.
"Eu vou fazer uma declaração oficial definitiva agora em setembro, quando teremos a reunião do comitê executivo", disse o dirigente suíço em uma entrevista gravada, exibida nesta segunda-feira na conferência Soccerex. "Vou informar o comitê executivo. É uma questão de respeito também para dizer, em seguida, para a família do futebol: 'Sim, eu vou estar pronto. Eu serei candidato'".
Em meio a escândalos de corrupção na Fifa, Blatter havia prometido antes de sua reeleição em 2011 que seu atual mandato seria o seu último. Mas depois ele mudou a sua postura. O dirigente, que preside a Fifa desde 1998, já havia dado indicações de que voltaria a participar da eleição presidencial. E apesar dos escândalos, Blatter parece ter mantido o apoio da maior parte das federações nacionais.
"A missão nunca está acabada, e minha missão não terminou", disse Blatter. "Eu tenho do último congresso em São Paulo, não só a impressão, mas o apoio da maioria, a grande maioria das associações nacionais pedindo: 'Por favor, vá em frente, seja o nosso presidente também no futuro'".
Qualquer adversário potencial deve ter trabalhado no futebol por pelo menos dois dos últimos cinco anos, e tem até o final de janeiro para reunir o apoio de, pelo menos, cinco associações nacionais. A votação secreta está prevista para 29 de maio em Zurique, e o ex-diretor de relações internacionais da Fifa Jerome Champagne foi a única outra pessoa a anunciar o desejo de disputar a eleição.
Recentemente, a Fifa esteve envolvida em escândalos de corrupção que levaram à saída de muitos ex-membros do seu comitê executivo. Além disso, a entidade deve ter um futuro turbulento, especialmente dependendo da forma como vai lidar com as escolhas da Rússia e do Catar para sediar as Copas do Mundo de 2018 e de 2022, respectivamente.
Se a primeira Copa do Mundo no Oriente Médio não for retirada do Catar, a Fifa não deve realizá-la no verão no país, como programado inicialmente. Blatter, inclusive, desistiu de ir até Manchester, onde está sendo realizada a Soccerex, para iniciar uma discussão sobre o assunto, que deve causar mudanças no calendário do futebol.
Além disso, Blatter terá o desafio de resistir aos pedidos de alguns políticos britânicos e alemães de retirar a Copa do Mundo da Rússia ou de boicotá-la como punição para a intervenção do país na Ucrânia. Mas, independentemente de como lidará com essas situações, o dirigente suíço buscará no próximo ano mais um mandato presidencial na Fifa.
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