Bom Senso relega estaduais ao 2.º plano

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Apontada como um dos motivos do sucesso do Atlético na temporada, com o vice-campeonato da Copa do Brasil e o terceiro lugar no Brasileiro, a opção por escalar um time inteiramente alternativo durante todo o Estadual deixou sequelas no futebol brasileiro. Apenas quatro clubes – Sport, Vitória, Chapecoense e Santos – entre os 20 que compõem a Série A vão abrir o ano com que têm de melhor.

Veja como será a programação dos 20 times da Série A do Brasileirão

O restante, apesar de ser menos radical que o Furacão, abrirá mão de parte dos regionais para esticar o período de férias e a pré-temporada dos jogadores, atendendo a uma reivindicação do movimento Bom Senso FC, que busca melhorar as condições de trabalho no país da Copa.

É o caso do Coritiba. O time do Alto da Glória vai jogar até a quinta rodada do Paranaense com um time formado por jogadores da base e alguns do time profissional, como Keirrison, Bonfim e Thiago Primão, que precisam de ritmo de jogo.

A partir do jogo seguinte, entre 14 e 16 de fevereiro, a "formação provisória" dará lugar ao grupo principal, com os titulares fechando um mês de férias, além de uma pré-temporada também de 30 dias.

Como o Furacão novamente relegará a competição ao sub-23, tudo leva a crer que o Atletiba marcado para a quinta rodada, no dia 9 de fevereiro, terá só reservas em campo.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a previsão inicial é que tanto Internacional quanto Grêmio utilizem um time B até a sexta rodada, já que o confronto seguinte é justamente o clássico Grenal, marcado para o dia 9 de fevereiro, na Arena do Grêmio.

Estratégia idêntica será u­­sa­­da por Bahia e Vitória no Baiano. A tendência é que no dia 23 de fevereiro, quando se enfrentarem no Barradão, os arquirrivais usem o que "têm de melhor".

Entre as equipes que vão disputar o principal torneio da América, o Botafogo fala abertamente em abrir mão de boa parte do Estadual. Trabalhará com duas equipes diferentes. O Alvinegro estreia na pré-Libertadores no dia 29 de janeiro, contra o Deportivo Quito, do Equador, e ficará os dez dias anteriores no país do adversário se adaptando à altitude. Neste período, o Carioca ficará a cargo de uma equipe alternativa, formada por reservas e jovens da categoria de base.

"Não há drama. Toda vez que o calendário nos obrigar a jogar duas partidas no mesmo dia ou que não tivermos tempo de nos preparar, vamos usar um time de garotos. A prioridade é a Libertadores, não tem discussão", afirmou Chico Fonseca, vice-presidente do Botafogo, ao jornal Lance!.

No Flamengo, apesar de todos no clube sonharem com a Libertadores, há uma preocupação com a falta de ritmo de jogo dos titulares para a estreia no continental, dia 12 de fevereiro, contra o León, atual campeão mexicano, fora de casa. "Precisamos colocar o grupo para jogar. Não adianta poupar para a Libertadores, porque nossa estreia é em fevereiro. Vamos escalar os que estiverem nas melhores condições também no Estadual", garantiu, ao jornal Extra, o técnico rubro-negro Jayme de Almeida.

Porém, apesar do discurso do treinador, a diretoria estuda usar a força máxima apenas duas vezes na primeira fase do Carioca, uma medida para atacar o presidente da federação local, Rubens Lopes – o Flamengo se considera prejudicado pela tabela elaborada pela FERJ.