Dos 298 jogos nacionais em 2014 até o momento, apenas 5% tiveram um apitador paranaense no comando. Ou seja, os dez árbitros do estado habilitados para trabalhar na Copa do Brasil e nas Séries A, B e C pouco foram convocados pela CBF. Uma geladeira que estaria relacionada ao fato de a Federação Paranaense de Futebol (FPF) ter feito oposição ao atual comando da CBF.
Desse grupo, apenas sete foram chamados, comandando 15 partidas. Os mais requisitados foram o carioca Felipe Gomes da Silva, 35 anos, e Edivaldo Elias da Silva, 40 anos, em três jogos cada. Aspirante ao quadro da Fifa, Felipe compõe o quadro de árbitros da FPF desde o ano passado.
Edivaldo fará sua estreia na Primeira Divisão amanhã, no Atletiba em Maringá. "Os árbitros do Paraná andam meio esquecidos e estávamos meio desanimados. Antes, quando tínhamos dois árbitros Fifa [Evandro Rogério Roman, afastado para ocupar cargo político e Héber Roberto Lopes, que migrou para a federação catarinense], éramos mais lembrados. Há duas semanas, voltou para a direção de arbitragem da CBF o Sérgio Correia da Silva, que conhece o trabalho dos paranaenses e pode nos dar novo ânimo", diz ele, árbitro há 18 anos.
Segundo a Gazeta do Povo apurou, há uma explicação política para o baixo aproveitamento. Diversos apitadores ouvidos, sob a condição de anonimato, relacionam o gelo ao fato de o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, ser oposição ao atual presidente da CBF, José Maria Marín, e ao próximo, Marco Polo Del Nero, que assume a entidade no ano que vem. Segundo o grupo, "uma represália silenciosa difícil de se comprovar". "Politicamente estamos muito aquém, principalmente pelo Hélio não apoiar o presidente da CBF", disse um árbitro local.
Presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, Afonso Vítor de Oliveira, concorda que sua equipe tem sido pouco usada, mas não crê em perseguição. "Não é por isso. Temos um quadro de arbitragem forte e até eu gostaria de entender essa discrepância. Não sei os critérios da CBF", falou. Procurado pela reportagem, Hélio Cury não foi encontrado para comentar o assunto.
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