Palco da final da Copa do Mundo de 2014, o renovado Maracanã é uma das atrações| Foto: Érica Ramalho/Governo do Rio de Janeiro

Conforto reforça inflação nos ingressos

O conforto dos novos estádios vai cobrar o seu preço, especialmente dos torcedores eventuais, não adeptos dos planos de sócios dos clubes. Um reforço na tendência de alta dos valores das entradas já verificada nos últimos anos e rota para a elitização das praças esportivas.

De acordo com os dados da Pluri Consultoria, nos dez anos anteriores, o preço médio do bilhete ficou 300% mais caro no Brasil. Em 2003, o valor médio cobrado pelos clubes era R$ 9,50. Hoje, esse custo é de R$ 38 por pessoa. Para efeito de comparação, o acréscimo foi maior do que o registrado no salário mínimo nacional, que alcançou 183% em período idêntico, e na inflação do país, que aumentou 73%.

A justificativa dada pelas agremiações é que, dessa forma, os torcedores são estimulados a entrar no quadro associativo. Exemplo disso está nos times de Curitiba, onde o valor do bilhete é ainda maior do que a média, estratégia para forçar a fidelização, bem mais em conta para quem frequenta os estádios regularmente.

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O Brasileiro de 2013 será jogado em um cenário completamente diferente do que o torcedor está acostumado. Mesmo que por vias tortas – graças à gastança desenfreada de recursos públicos – a bola vai rolar por aqui com um jeitão de campeonato na Europa.

Sete novíssimos estádios, chamados de arenas multi-usos (podem receber shows também), serão atrações. Maracanã, Mineirão, Nacional de Brasília, Arena Per­nambuco, Castelão e Fonte Nova, todos erguidos para a Copa das Confederações, agora em junho, e do Mundo, no ano que vem de 2014. Além deles, há ainda a Arena do Grêmio.

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Modernização estrutural que acarreta benefícios imediatos. O mais evidente é o conforto, tanto para os jogadores e profissionais envolvidos com o evento, quanto para a galera. Os estádios têm cadeiras, banheiros limpos, opções de alimentação variadas e segurança reforçada – tudo isso, claro, representa um custo.

"As pessoas vão estar curiosas para conhecer estádios que até então não tínhamos no Brasil. Haverá também o crescimento no interesse de outros tipos de torcedores. Haverá quem ache o valor cobrado abusivo. Mas eles irão perceber que as arenas oferecem muitas novidades", analisa Francisco Santos, especialista em marketing esportivo.

A competição também sofrerá um incremento. Na valorização da imagem e, possivelmente, no crescimento da média de público. Fatores ainda impossíveis de dimensionar. "Em 2011, a média ficou em 14.936 pessoas por partida. Em 2012, foi ainda menor, 12.483. Acredito que essas novas praças esportivas terão um impacto positivo significativo nos números de 2013", prevê Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva.