Alex Brasil foi um dos dirigentes a criticar abertamente a arbitragem do Brasileirão.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF) protocolou nesta quinta-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) uma notícia infração disciplinar desportiva contra os presidentes de Palmeiras (Paulo Nobre), Fluminense (Peter Siemsen), Figueirense (Wilfredo Brillinger) e Atlético-MG (Daniel Nepomuceno), o diretor de futebol do Coritiba (Alex Brasil), o técnico do Internacional (Celso Roth) e os jogadores Lucca, do Corinthians, e Diego Souza, do Sport. Todos fizeram críticas contra árbitros recentemente.

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Alex Brasil chegou a entrar em campo no intervalo do jogo do Coxa com o Fluminense, domingo passado, para questionar o árbitro Raphael Claus pela expulsão de Kléber. Após o tumulto ele criticou o árbitro. “Como vocês todos sabem, esse mesmo árbitro em uma partida no ano passado, contra o Internacional, deixou de marcar um pênalti claríssimo para nós”, disse, na época, o gerente de futebol alviverde. Toda a cúpula coxa-branca reclamou do apito naquele confronto. Vítima da ocasião, Kléber também desabafou, se dizendo injustiçado .

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“A ANAF entende que as condutas perpetradas foram contrárias à disciplina e à ética desportiva. Deixando claro que os árbitros são idôneos e não têm a intenção de favorecer ou até mesmo de prejudicar qualquer agremiação na disputa do Campeonato Brasileiro, houve acusação, ofensa, desrespeito e insinuação infundadas, que afrontam sobremaneira os artigos do CBJD”, diz a entidade, em confuso texto publicado em sua página na internet.

A denúncia contra Peter Siemsen, por exemplo, reclama que ele “desrespeitou, criticou e agride verbalmente” o árbitro Sandro Meira Ricci após o Fla-Flu. A declaração contestada pela ANAF é a seguinte: “É uma bagunça. Além de prejudicar o Fluminense no primeiro gol do Fla, no qual Réver está impedido e atrapalha a saída do nosso goleiro, houve essa lambança. Ficou clara que o juiz usou a interferência externa. Hoje isso é irregular. O juiz demorou 13 minutos, permitiu a entrada de pessoas estranhas ao campo. Conversou com o delegado do jogo. Ele postergou a decisão. Não tenho dúvida que ele recebeu informação externa e anulou o gol. Ele validou o gol inicialmente, aí ia correr para o meio do campo. Ele usou a interferência externa. Depois, não deu o tempo correto de acréscimo. Ele desestabilizou o Fluminense”.

Contra Paulo Nobre, a denúncia se dá porque ele “criticou” o árbitro do Fla-Flu “dizendo que a decisão tomada foi pautada em um auxílio externo.” Já Nepomuceno, no entender da ANAF, “desrespeitou e criticou acintosamente” o árbitro do jogo contra o Botafogo na seguinte postagem no Twitter: “Semana caótica da arbitragem brasileira! Não adianta mudar o comando pra vermos essa vergonha que vimos hoje.”

A ANAF quer que a procuradoria denuncie todos nos artigos 258 e 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O primeiro prevê suspensão de uma a seis partidas para jogadores e de 15 a 180 dias para dirigentes que “desrespeitem os membros da equipe de arbitragem ou reclamem desrespeitosamente contra suas decisões”. O segundo, suspensão de um a seis jogos para atletas e de 15 a 90 dias para dirigentes em caso de “ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto”.