Brasileirão privilegia ‘gigantes’ e vê baixinhos perderem espaço dentro de campo

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O Brasileiro da Série A pode ser considerado um campeonato disputado por “gigantes”. Em levantamento da Gazeta do Povo que classificou 600 jogadores das 20 equipes da competição, 304 apresentam altura superior a 1,80 m – 50,6% do total.

A estatura média dos atletas do Nacional alcança exatamente 1,80 m. Marca que é seis centímetros maior do que a média do homem brasileiro, que bate em 1,74 m, de acordo com o último estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2009.

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Completam o perfil dos participantes da elite a média de peso de 74,3 kg e de idade de 25,5 anos. São praticamente os números do volante Bruno Henrique, do Corinthians, paranaense de Apucarana, o “boleiro padrão” da disputa – 26 anos, 1,80 m e 75 kg.

“É uma tendência que cada vez se confirma mais. De jogadores altos e fortes. E que é reflexo também de uma melhor preparação na base nos últimos tempos. Os garotos já chegam ao principal com uma formação física aprimorada”, analisa Moraci Sant’Anna, ex-preparador físico da seleção brasileira, com passagem pelo Atlético em 2008 e 2013.

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O porte atlético serve também para encarar um esporte de cada vez mais contato, alta velocidade e resistência. “É um processo que o futebol já sofre há anos, assim como outros esportes também, como basquete e vôlei, que já privilegiavam atletas altos e que aumentam ainda mais”, complementa Sant’Anna, atualmente sem clube.

Os dois representantes do estado no Brasileiro, Atlético e Coritiba estão levemente abaixo da média geral de altura. A do Furacão é de 1,79 m e o “gigante” atleticano é o atacante Cryzan, com 1,90 m. A média do Coxa é de 1,78 m e o maior da equipe é o zagueiro Rafael Marques, com 1,90 m.

Altos na comparação com a população local, os jogadores brasileiros têm média mais baixa do que os atletas das principais competições do mundo. Segundo estudo de 2011, o Campeonato Alemão tem média de 1,83 m, Inglês e Italiano de 1,82 m, o Francês 1,81 m e o Espanhol está na mesma faixa, de 1,80 m.

O menor do Brasileiro é Renatinho, com 1,57 m, do Santa Cruz. Exceção, pois apenas ele e mais 24 boleiros estão abaixo de 1,70 m – apenas 4,1% do total. É o fim dos baixinhos no futebol nacional.