O fim de semana de estreia do Brasileirão das Séries A e B foi de tropeços para a maioria dos paranaenses. Atlético , Londrina e Paraná foram derrotados na primeira rodada e somente o Coritiba conseguiu conquistar três pontos na rodada. Confira a opinião dos colunistas da Gazeta do Povo Adriano Ribeiro, Carneiro Neto, Edson Militão e Luiz Augusto Xavier sobre as consequências dos resultados do final de semana para a sequência da temporada do Trio de Ferro.
Qual o significado para o Coritiba de estrear no Brasileiro com vitória?
Adriano Ribeiro
Um tropeço para o Cruzeiro depois do mico da final do Estadual e do revés para o Juventude iria pesar muito contra o Gilson Kleina. A vitória foi muito importante. O Coxa vai depender demais dos jogos no Couto para sobreviver na Série A.
Carneiro Neto
Foi importante, principalmente depois de três derrotas seguidas. Há um nível técnico diferenciado no Brasileiro em relação ao Estadual. Perdeu as duas partidas da disputa do título e a derrota para o Juventude fez aumentar a pressão, então, sob o ponto de vista psicológico, de injeção de ânimo no grupo, foi bom. O campeonato está só no seu começo então não dá para se aprofundar em uma análise mais concreta.
Edson Militão
Tirou um baita peso dos 5 a 0 sofridos para o Atlético na final. Se perdesse de novo, o Kleina estaria em apuros, então amacia também a situação para o treinador. Tinha previsto que para o Coritiba não seria um desastre a derrota na final, e realmente não foi, mas não dá para se acomodar. Todos estão meio devagar ainda, engrenando, alguns com focos diferentes, então não dá para se empolgar muito também.
Luiz Augusto Xavier
É muito importante para desmanchar a má impressão que ficou da final paranaense. Alguns mais passionais chegaram a achar que o time era uma porcaria, que ninguém servia. O resultado ajuda a mostrar que o Coritiba não é tão ruim quanto o que apresentou, desfalcado, na decisão, mas não é tão bom quanto algum ânimo mais exaltado possa imaginar após a vitória de sábado. O time pode crescer, mostrou isso, mas precisa de reforços.
Perder de goleada na estreia do Brasileiro é um sinal de alerta no Atlético? Pode ser considerado um choque, após a conquista do Estadual?
Adriano Ribeiro
A goleada mostra que não dá para entrar desatento em partidas do nível do Brasileiro. É um alerta e a reação, como disse o Paulo Autuori, precisa ser imediata. Contra o Atlético-MG, em casa, não dá para tropeçar.
Carneiro Neto
A situação do Atlético é exatamente o contrário à do Coxa. Vinha no embalo, campeão, e tomou uma ‘chapuletada’. Mas não deve ser levado como um parecer definitivo. Foi um desastre, um resultado altamente negativo, mas o Autuori tem experiência de sobra para fazer uma boa leitura do jogo, corrigir as falhas, que não foram poucas, e retomar o caminho. O Atlético tem um elenco de respeito, mas precisa de reforços. Não tem o meia de ligação, o Vinicius se esforça mas não é o homem que o Atlético precisa, e tem deficiências graves nas duas laterais. Desde o Estadual isso era observável, vários circularam ali e não agradaram. O Léo é destemperado, vira e mexe expulso. É um campeonato difícil, muito equilibrado e exige um elenco grande.
Edson Militão
A derrota em si não é um problema, porque era até esperada. O Atlético vinha de uma final desgastante, e o Palmeiras estava só treinando e se preparando para o Brasileirão há 15 dias. Mas a goleada é um problema, porque abala o aspecto psicológico da equipe, e na prática, pelos critérios de classificação do campeonato, pesa no decorrer da competição. Para quem sonha com alguma coisa, esse saldo de gols pode fazer a diferença lá na frente.
Luiz Augusto Xavier
É um choque porque o resultado expressivo assusta. Não existe a possibilidade de sair de um resultado como esse sem ter alguma consequência mais drástica, mas é uma situação que tem que saber administrar. Faz parte, pode acontecer a favor ou contra. O Atlético se descontrolou, perdeu uma partida que até poderia perder, mas não com um placar tão elástico, e desfez a boa imagem que deixou da final do Estadual. Mas não dá para fazer terra arrasada, foi um resultado pontual, infeliz.
O que a derrota do Paraná para o Brasil de Pelotas diz sobre o Tricolor na Série B?
Adriano Ribeiro
Mesmo se tivesse vencido por 4 a 0, a realidade não mudaria. O Paraná precisa de reforços, principalmente mais opções de meio de campo e ataque. No Paranaense, ficou evidente essa carência. Claudinei ganhou algumas opções a mais para a Segundona, mas é preciso ir além.
Carneiro Neto
Venho falando há algum tempo, acho muito difícil o acesso do Paraná. O time vai ter dificuldades como as vistas no Rio Grande do Sul, e a gente compreende, até pela situação econômica do clube. Para o azar do Tricolor, o melhor jogador do time, o goleiro Marcos, acabou falhando de maneira bizarra no primeiro gol, o que dificultou ainda mais a vida do time. O Paraná tem que tentar encontrar soluções, mas hoje não dá para dizer que é candidato a subir. Tem de melhorar muito para entrar na conversa de possíveis candidatos. Tem de lembrar que são 19 times disputando três vagas, porque uma é do Vasco, pelo peso, tradição e pelo que já fez até aqui em 2016.
Edson Militão
O Paraná pode perder três seguidas, começar mal, mas o que não pode mudar é o trabalho do Claudinei. Não vai encontrar ninguém para fazer algo como ele está fazendo. O elenco, que é o fundamental, precisa ter uns 22 jogadores no mesmo nível, não é ninguém excepcional, mas bons jogadores que se equivalham, o que não tem hoje. O Paraná tem 11 jogadores e mais alguns, mas não tem um banco. Assim, não classifica. Além disso, o clube precisa de um planejamento de médio prazo, para se sustentar, algo como a Ponte Preta, a Chapecoense, por exemplo, fizeram. Não basta pagar em dia, pagar em dia um elenco fraco, você não vai pra frente, tem de qualificar mais.
Luiz Augusto Xavier
Precisa dar mais tempo de trabalho para o Claudinei, teve gente estreando, e quando você contrata três ou quatro jogadores, o entrosamento não é contratado junto. Isso é algo que se adquire ao longo do tempo. A Série B é até mais complicada que a Série A, porque a disputa é mais igual, mais equilibrada. Vejo o Paraná mais preparado para a disputa desse ano, mas vai precisar de algo a mais. O resultado em Pelotas é normal, a falha do goleiro mexeu com o time e a perda de um jogador expulso no primeiro tempo contribuiu ainda mais para a instabilidade e para o revés.
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