O Campeonato Brasileiro ainda está na terceira rodada, mas já é possível cravar que, por enquanto, o craque do torneio, com folga, é Grafite. Aos 37 anos, o veterano já tem seis gols na sua volta à Série A após 11 anos. Nesta quarta-feira, ele fez dois na vitória do Santa Cruz por 4 a 1 sobre o Cruzeiro, no Arruda. É a segunda goleada por esse placar, repetindo o triunfo sobre o Vitória na primeira rodada.
Nesta noite, Grafite fez o primeiro num pênalti que ele mesmo sofreu após jogada individual, De Arrascaeta empatou, mas o veterano voltou a colocar o Santa Cruz na frente numa cavadinha cara a cara com Fábio. Arthur ainda fez o terceiro e Keno anotou o quarto do time pernambucano, líder com sete pontos e seis gols de saldo.
O Cruzeiro segue mal, com apenas um ponto, do empate com o Figueirense na rodada passada, na estreia do técnico Paulo Bento. Na próxima rodada, sábado à tarde, recebe o América-MG numa revanche da derrota na semifinal do Campeonato Mineiro. O Santa Cruz visita a Chapecoense, também no sábado, mas às 21h.
O jogo
Já implantando seu estilo de trabalho, Paulo Bento mexeu no esquema tático do Cruzeiro, sacando o meia Pisano para escalar o volante Ariel Cabral. A ideia era conter as investidas do Santa Cruz e dominar o meio campo. Num primeiro momento, a ideia deu certo, tanto que o dono da casa nada criou nos primeiros 15 minutos.
Grafite, sempre ele, mudou a cara do jogo. Pegou na intermediária, avançou passando por dois marcadores na corrida e driblou Fábio. Sairia com a bola pela linha de fundo ou, com sorte, chutaria desequilibrado, sem ângulo. O goleiro ajudou e fez pênalti desnecessário e indiscutível. O próprio Grafite bateu e fez.
A primeira chance de empate caiu nos pés de Willian, que, aos 22, bateu em cima de Tiago Cardoso. Dali até os 30 minutos, o Cruzeiro ainda teve outras três oportunidades, a maioria delas com o próprio Willian, que não estava com o pé calibrado.
O nome do Cruzeiro no primeiro tempo, entretanto, foi Élber. O garoto, que fez sucesso com a camisa do Sport no ano passado, mostrou habilidade e velocidade em diversos lances, mas nada que fizesse Tiago Cardoso trabalhar. “Temos que caprichar mais. Nosso time fez um primeiro tempo muito bom, criamos oportunidades, mas o gol não saiu”, avaliou ele na saída para o intervalo.
Na segunda etapa, o pé do uruguaio Arrascaeta estava calibrado. Aos 6 minutos, ele fez Tiago Cardoso trabalhar e fazer grande defesa. No minuto seguinte, se redimiu tirando do alcance do goleiro para fazer de falta, encobrindo a barreira e deixando o placar empatado. Tiago Cardoso só assistiu.
Quem apostou que era a chave para o Cruzeiro deslanchar no jogo, errou feio. Culpa de Grafite. O atacante, craque do Brasileirão até aqui, perdeu uma chance aos 13, desarmado por Bruno Viana, mas não desperdiçou a segunda. Aos 19, recebeu de Léo Moura, deixou Bruno Rodrigo na saudade e deu uma cavadinha para encobrir Fábio.
Paulo Bento mexeu no time do Cruzeiro, colocando a equipe no ataque com Alex e Douglas Coutinho, mas quem fez mais um foi o Santa Cruz. Grafite até estava na área, mas o cruzamento de Keno foi na cabeça de Arthur, que mandou no cantinho, longe do alcance do goleiro.
Aos 44, Keno deixou mais um, avançando pela ponta esquerda até invadir a área e bater no canto direito de Fábio. É o segundo dele no Brasileirão.
SANTA CRUZ 4 X 1 CRUZEIRO
SANTA CRUZ
Tiago Cardoso; Leo Moura (Leandrinho), Neris, Danny Morais e Tiago Costa; Alex Bolaño (Wallyson), Uillian Correia e Fernando Gabriel (João Paulo); Arthur, Keno e Grafite.
Técnico: Milton Mendes.
CRUZEIRO
Fábio; Lucas (Pisano), Bruno Viana, Bruno Rodrigo e Sánchez Miño; Henrique, Bruno Edgar, Ariel Cabral (Alex) e Élber; De Arrascaeta (Douglas Coutinho) e Willian.
Técnico: Paulo Bento.
Estádio: Arruda, em Recife (PE).
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa-RS).
Gols: Grafite (S), aos 19/1º; De Arrascaeta (C), aos 7/2º, Grafite (S), aos 17/2º, e Arthur (S), aos 31/2º, e Keno (S), aos 44/2º.
Amarelos: Tiago Costa (Santa Cruz); Fábio, Bruno Rodrigo e Bruno Edgar (Cruzeiro).
Renda: R$ 257.225,00.
Público: 16.331 pagantes.