Quando pagou R$ 40,5 milhões por Alexandre Pato em 2013, o Corinthians usou mais que o valor que era recebido por todo o campeonato por Atlético e Coritiba . Quando a contratação naufragou, Pato foi trocado por Jadson e o clube paulista ganhou o Brasileirão. Um erro destes seria fatal para os paranaenses.
Num exemplo proporcional, o Coxa paga caro até hoje pela alegria de repatriar Alex na concorrência de Palmeiras e Cruzeiro. “Foi uma escolha de gestão muito danosa pras finanças. Nada pessoal com Alex ou com o ex-presidente Vilson [Ribeiro de Andrade]”, analisa o especialista em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi sobre os cerca de R$ 350 mil que o ídolo recebia.
Se é assim, dois caminhos: ou acerta nas contratações e/ou nas revelações. No ano passado, seguindo a tese dos economistas Chris Anderson e David Sally, autores do livro Os Números do Jogo, os cinco jogadores mais importantes do Brasileirão foram: Vitinho, do Inter, Henrique Almeida, do Coritiba, Walter, do Atlético, Bruno Henrique, do Goiás e Jadson, do Corinthians. Dos pés destes jogadores saíram os gols que, ou garantiram (habitualmente a diferença de dois) ou foram os únicos da vitória desses clubes. Foram mais importantes até que os do artilheiro Ricardo Oliveira, do Santos.
Classe média da bola, dupla Atletiba tenta milagre no Brasileirão
Leia a matéria completaAchar novos “Henrique Almeida” carece de senso de oportunidade e sorte, segundo Barbosa. “O futebol é um jogo como qualquer outro, você vive de apostas. Às vezes acerta, às vezes não. Quando o Henrique veio, foi indicado pelo Ney Franco, que conhecia ele de seleção. Deu certo.”
Se o dinheiro não permitiu aos clubes de Curitiba melhores reforços, então é preciso olhar para dentro. Otávio, Hernani e Ewandro, decisivos no título estadual atleticano, são formados ou aprimorados no CT do Caju. Juninho e Walison Maia, no Graciosa. “Como o Atlético de Madrid figura lá [entre os grandes da Europa]? Com um bom modelo de base. O Borussia Dortmund também tem um modelo de futebol próprio e foi vice da Champions League”, exemplificou o especialista, citando casos de sucesso em mercados com concorrentes mais poderosos financeiramente. Nesse ponto, a convicção de Sallim Emed, presidente do Furcão, é grande: “Reforça aí. Vamos investir, mas valorizando o elenco e principalmente a base. É a nossa marca.”