Após mais uma rodada com manifestações no último final de semana, quando os jogadores se sentaram de braços cruzados no campo, o movimento Bom Senso FC não descarta a possibilidade de greve se a CBF não acatar suas reivindicações. A afirmação foi dada pelo zagueiro do Corinthians Paulo André, um dos líderes da mobilização, que conta com o apoio de mais de mil jogadores das séries A, B e C, em entrevista à revista Veja desta semana.
"Não é um absurdo se resolvernos parar. A gente espera que a CBF apresente uma proposta que seja benéfica para o futebol. Senão, não muito que fazer além da greve. As ameaças de punição não vão nos deter", revela o jogador na entrevista.
Na entrevista, Paulo André afirma que o movimento vai aumentar o tom das cobranças. Segundo o líder do Bom Senso FC, como os jogos das duas últimas rodadas serão todos no mesmo horário, a repercussão da pressão do grupo será ainda maior.
O zagueiro diz também na entrevista que a CBF, ao contrário da Fifa e da Uefa (entidade que dirige o futebol europeu), não faz nada para valorizar a disputa do Brasileirão. "A Fifa sabe que seu papel é vender futebol. Percebeu que para ganhar mais dinheiro é preciso qualificar o produto. Então, começou a cuidar do gramado, do estádio, da qualidade dos times. É o padrão Fifa. Na Uefa é a mesma coisa", compara. "De padrão Fifa não temos nada. A CBF é padrão 'jeitinho brasileiro'", critica.
Resposta
A CBF também elevou o tom na resposta às exigências do Bom Senso FC, que cobra principalmente um calendário com menos jogos e o fair play financeiro dos clubes. Em nota oficial publicada em seu site, a confederação diz estar "mais do que atenta e agindo na busca de soluções para os problemas levantados nos últimos meses".
E assume um tom irônico. "Ao contrário do que pensam os desinformados e também como uma maneira de comunicar aos atletas em geral, a CBF vem já há algum tempo trabalhando neste assunto, promovendo reuniões com todos os segmentos envolvidos, mas de forma responsável, na certeza de que as soluções demandam um tempo razoável para que não resultem apenas em resoluções paliativas e sem a eficácia que todos esperam. Para ficar claro, não se resolvem questões dessa importância da noite para o dia", diz o texto.
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