Nunca os clubes esperaram tanto tempo pelo início do Brasileiro por pontos corridos. E em nenhum outro ano entrarão em campo tão poucas vezes antes de um recesso que dividirá o principal campeonato do país em dois.
INFOGRÁFICO: Veja a comparação entre os times
A Série A terá, no próximo fim de semana, a primeira de cinco rodadas antes da paralisação para a Copa das Confederações. Uma fração do campeonato (13% do total), que acabou se tornando uma ilha em uma temporada marcada por duas maratonas: a dos estaduais, entrecortada por Libertadores e Copa do Brasil; e a do segundo semestre, em que o Nacional terá pequenos respiros para a disputa da Sul-Americana e das quatro últimas fases da Copa do Brasil.
Cenário desenhado pelo inchaço dos campeonatos estaduais e a necessidade de abrir espaço para a seleção jogar o evento-teste da Copa do Mundo de 2014.
Em 2003, primeiro ano do pontos corridos, o Brasileirão começou no 88.º dia do ano, 29 de março. Agora, a espera é consideravelmente maior. Somente no 145.º dia de 2013 os times entrarão em campo para jogar o principal torneio do país.
O longo aperitivo de quase cinco meses terá mandado a campo 25 vezes, em média, os 20 participantes da Série A, mais de uma partida por semana.
Até a primeira rodada, Corinthians (32 vezes), São Paulo (31), Portuguesa (29) e Grêmio (28) serão os times que mais terão entrado em campo para jogos oficiais. Finalista da Liga dos Campeões e da Copa da Alemanha, o Bayern de Munique levou seis meses para realizar o mesmo número de jogos que o Corinthians.
Coritiba e Atlético estão entre os clubes com calendário mais cheio da temporada, com 27 compromissos cada. A diferença está em como cada um lidou com a agenda movimentada. O Coxa preferiu rodar o elenco (usou 37 jogadores, menos que apenas outros seis clubes), enquanto o Furacão entregou o Estadual ao sub-23 e usou o elenco principal apenas nos três duelos da Copa do Brasil.
"Fizemos uma pré-temporada muito boa, estamos bem preparados para uma grande campanha. O Atlético tem como prioridade alcançar uma vaga para a Libertadores", afirmou o diretor de futebol rubro-negro, Antônio Lopes.
Para o Coritiba, o momento de ganhar fôlego e reforços será a parada de três semanas para a Copa das Confederações. Está prevista para a retomada do Brasileirão, em julho, a volta a campo do zagueiro Emerson e dos atacantes Keirrison e Everton Costa, além da estreia do meia Bottinelli, todos entregues ao departamento médico.
"Tem uma série de jogadores que a gente está aguardando sair do departamento médico. A parada vai ser importante para a gente deixá-los no mesmo nível dos demais e aumentar o leque de opções, deixar a equipe mais forte", afirma o técnico Marquinhos Santos, que divide em duas partes a estratégia do Brasileiro.
"O planejamento passa pelo primeiro bloco de jogos [pré-Copa das Confederações]. É importante fazer o maior número de pontos até a parada para na segunda parte desenvolver um trabalho voltado para a tabela."
A Copa das Confederações repete o cenário dos Brasileiros de 2006 e 2010, quando o torneio também foi paralisado por causa da seleção. A prévia da Copa do Mundo da Alemanha teve dez rodadas, enquanto o Mundial da África do Sul foi precedido por seis jornadas da disputa local.
A parada irá preparar os clubes para uma segunda maratona. Somente no Brasileiro, serão 33 rodadas empilhadas ao longo de 22 semanas. As poucas quartas-feiras "livres" serão preenchidas por Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana.
Únicos representantes do país no principal torneio continental, Fluminense e Atlético Mineiro estão sujeitos aos calendários mais extenuantes. Caso um deles vença a Libertadores (e jogue o Mundial), além de decidir a Copa do Brasil, entrará em campo 47 vezes entre o começo de julho e o meio de dezembro. Campeão alemão, finalista da Liga dos Campeões e da Copa da Alemanha, o Bayern de Munique fechará a temporada inteira com 54 partidas.
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