O Corinthians venceu o seu primeiro clássico no estádio Itaquerão, em São Paulo. Ganhou neste domingo do rival Palmeiras por 2 a 0, resultado que valeu muito mais que os três pontos na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, em sua 12.ª rodada. Foi um placar que entrou para a história centenária - essa que está sendo recontada a partir da construção de uma nova e desejada arena. O Palmeiras, adversário à altura e que jogou de igual para igual mesmo com um time tecnicamente inferior, conta os dias para inaugurar sua nova casa e dar o troco.
Petros, autor do segundo gol (o seu primeiro pelo time), se curvou à Fiel e dedicou a ela a vitória. Foi um gesto simbólico e muito bonito diante de um público de mais de 30 mil pessoas - o estádio poderia estar mais cheio. A vitória manteve o Corinthians na segunda colocação do Brasileirão, com 23 pontos, a cinco do Cruzeiro. O Palmeiras ficou 10 pontos atrás, já correndo algum risco com relação a rebaixamento. E talvez seja essa mesmo a diferença que hoje separe os rivais.
A etapa inicial foi truncada e amarrada. O primeiro chute a gol aconteceu apenas aos 42 minutos. Dali até os 47 - foram dois de acréscimo -, houve uma leve superioridade do Corinthians. Mas não suficiente para ir ao intervalo à frente do rival. O 0 a 0, àquela altura, não era um placar injusto.
Havia duas propostas distintas. O Corinthians tocou mais bola, manteve mais o controle do jogo e atacava com mais velocidade, principalmente pelo lado do esquerdo. Para usar um termo da moda: era mais "vertical". Já o Palmeiras não conseguia imprimir um jogo veloz, mesmo com Mouche. Era um time um tanto lento e incapaz de trocar bons passes no meio de campo. Nem com Felipe Menezes, nem com Mendieta.
Embora a escalação inicial do técnico argentino Ricardo Gareca se mostrasse acertada, o time se defendia melhor do que atacava - e por isso buscava o cruzamento. Henrique, contudo, não ganhava uma bola.
Do outro lado, o treinador Mano Menezes escalou o que tinha de melhor. Apostou em um jogador desacreditado e questionado para suprir a ausência de Jadson. Renato Augusto cumpriu seu papel. Ele organizou o meio de campo pelo lado direito e deu força ao time. Conseguiu se impor, apesar da boa marcação do garoto Victor Luis. No lado esquerdo, Petros formou uma boa dupla com Fábio Santos. Os dois incomodaram o lado direito da defesa do Palmeiras.
No segundo tempo, uma jogada de Elias, logo aos cinco minutos, mudou a história do clássico. Pelo meio, ele puxou cinco marcadores e deu uma passe preciso para Guerrero. O peruano entrou livre na área, sem marcação, e chutou no canto de Fábio, sem chance para o bom goleiro do Palmeiras. A jogada pode ser encarada como uma surpresa, porque Guerrero deu um susto em Mano Menezes (e na torcida). Ele simplesmente parou de correr quando invadia a área e levou a mão à coxa.
Bom técnico, Ricardo Gareca arriscou logo após o gol de Guerrero. Acertou ao sacar Mendieta e colocar Leandro. Depois trocou Henrique por Erik. O problema é que nenhuma das alterações surtiu o efeito que ele gostaria: buscar o empate.
O Palmeiras, já mais desorganizado, não levava perigo ao gol de Cássio, que mal trabalhou. O gol de Guerrero deu mais moral ao Corinthians. Aos 29 minutos do segundo tempo, a Fiel comemorou a entrada de Romarinho, considerado um talismã contra o rival, como se fosse um gol. A comemoração real veio com o gol de Petros, aos 45, que misturou esforço e boa dose de sorte.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 x 0 PALMEIRAS
CORINTHIANS - Cássio; Fagner, Gil, Cleber e Fábio Santos; Ralf, Elias, Renato Augusto (Danilo) e Petros; Guerrero (Henrique) e Romero (Romarinho). Técnico: Mano Menezes.
PALMEIRAS - Fábio; Wendel, Tobio, Marcelo Oliveira e Victor Luis; Renato, Wesley, Felipe Menezes e Mendieta (Leandro); Mouche e Henrique (Erik). Técnico: Ricardo Gareca.
GOLS - Guerrero, aos 5, e Petros, aos 45 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Guerrero (Corinthians); Wendel e Henrique (Palmeiras).
ÁRBITRO - Sandro Meira Ricci (Fifa/PE).
RENDA - R$ 2.206.184,00.
PÚBLICO - 31.031 pagantes.
LOCAL - Estádio Itaquerão, em São Paulo (SP).
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