Luis Fabiano não sabia que tipo de recepção teria no Morumbi depois de mais uma vez bater de frente com parte da torcida do São Paulo. Mas assim que o locutor anunciou seu nome antes da partida, deu para perceber o apoio irrestrito da grande maioria dos presentes ao estádio. Ao lado de Rogério Ceni, ele foi o mais aplaudido entre os 11 titulares e ouviu um forte coro de apoio assim que pisou no gramado.
Em campo, o espírito combativo e brigador de sempre deu certo. O ídolo são-paulino saiu ovacionado após ser o principal nome do time na goleada sobre o Flamengo e participar diretamente de três dos quatro gols. De quebra, com os dois gols marcados, chegou a 145 com a camisa do clube (em 197 jogos) e ultrapassou ninguém menos que Leônidas da Silva. Agora é o sétimo maior artilheiro da história do Tricolor.
Aparentemente em paz, mesmo com a torcida organizada que mais cobra seu desempenho, e depois de ofuscar até o retorno de Rogério Ceni - que havia jogado pela última vez em novembro -, ele festejou o resultado e deu o recado: sabe que a maioria dos são-paulinos está ao seu lado.
"Independentemente do ocorrido no jogo com o Vasco [quando foi muito cobrado], a grande maioria confia em mim. Não entro chateado em campo, entro para fazer o meu melhor. Estive muito concentrado e procurei dar o melhor."
A expectativa dos dirigentes é que seu maior artilheiro se acalme e coloque fim definitivamente ao desejo de ir embora. O presidente Juvenal Juvêncio disse a pessoas próximas que acredita que o atleta queira ser negociado e por isso está relutante em marcar a reunião que ele tem pedido há semanas. Com a ótima atuação e o reconhecimento da torcida, pode mudar de ideia e, enfim, conceder o encontro.
O artilheiro também deu seu parecer sobre o time e deixou claro que via falta de entrega em alguns companheiros, fato superado após a bela vitória. "Tivemos vontade de jogar e alma. Quando o resultado não vem é porque falta alguma coisa. Vínhamos buscando o que faltava e sabíamos que precisávamos dar uma resposta ao nosso torcedor depois do jogo de quarta-feira em Goiânia."
Visivelmente sem ritmo de jogo, Rogério Ceni comemorou seu retorno após seis meses machucado, mas admitiu que precisa melhorar. "Fiquei um pouco perdido, são sete meses sem jogar. A semana foi muito cansativa e senti um pouco de dor no adutor da coxa direita depois de bater umas faltas", explicou o goleiro, que fez tratamento logo após a partida no vestiário.
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