Uma intimação da Justiça paulista levou a Portuguesa a tirar o time do gramado aos 16 minutos do primeiro tempo da partida contra o Joinville, em Santa Catarina, na noite desta sexta-feira (18), pela primeira rodada da Série B. Apenas cerca de duas horas antes do jogo a diretoria da Lusa havia decidido ir para o campo da Arena Joinville, mesmo com liminar vigente recolocando o clube na Série A do Brasileiro. "Fomos ameaçados pela Justiça. Fui obrigado a retirar o time de campo, mesmo contra a minha vontade. Enquanto a liminar não cair, o time não pode entrar em campo. Acatamos o que a Justiça determinou. Temos medo de um WO, mas não temos o que fazer", disse o presidente da Portuguesa, Ilídio Lico, ao Portal UOL.
No dia anterior o torcedor Renato de Britto Azevedo havia conseguido na Justiça paulista a liminar que obriga a CBF a recolocar a Portuguesa na Primeira Divisão anulando a perda de quatro pontos no Brasileiro do ano passado pela suposta escalação irregular do meia Heverton no jogo da última rodada contra o Grêmio, que acabou causando o rebaixamento.
A informação foi levada ao campo pelo delegado da partida, Laudir Zarmiani. Primeiro a ser comunicado, o técnico da Lusa, Argel Fucks, chamou seu time para se recolher no vestiário. "Sou funcionário do clube. Foi uma decisão do presidente, uma ordem do presidente", disse o treinador.
Orientado pela CBF para que desse prosseguimento ao jogo, o árbitro Marcos André Gomes da Penha, da Federação do Espírito Santo, esperou 35 minutos antes de dar a partida por encerrada. A tendência é a CBF considerar o Joinville vencedor do duelo por WO.
Responsável pela ação que levou à paralisação da partida, Azevedo lamentou que o clube de coração tenha entrado em campo. "Duro é gastar tempo e dinheiro, constituir um advogado e a Lusa não fazer jus à liminar que a juíza me concedeu", disse via Twitter.
O vice-presidente jurídico do clube, Orlando Cordeiro, tinha a mesma opinião e por isso pediu demissão quando o presidente Ilídio Lico optou por ir a campo. "A decisão foi do presidente e não concordo com ela. Mas o regime é presidencialista e já está decidido", dizia antes da partida e de Lico mudar de opinião com a nova intimação. "Há uma liminar da Justiça. Isso tem efeito de lei e tínhamos de cumpri-la. Se não fosse favorável a nós, eu também defenderia seu cumprimento", explicou Cordeiro.
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