Passado o Estadual, quais são as perspectivas de Atlético, Coritiba e Paraná no Campeonato Brasileiro da Série A e da Série B? Os colunistas do caderno de esportes opinam sobre as chances dos três. Em comum, a sensação de que os próximos meses não serão fáceis para o trio de ferro.
1) Qual a perspectiva para o Coritiba no Brasileiro?
Enquanto ele conseguiu enfrentar adversários de categoria técnica inferior, deu a impressão de confirmar o favoritismo. Mas o resultado somado na final do Estadual demonstrou de forma inequívoca a superioridade do Operário. O técnico se perdeu, mostrou as muitas deficiências do time. Levou uma goleada humilhante. Mostrou que o Coxa investiu em jogadores que não deram retorno e que precisa reformular o elenco para o Brasileiro.
A final demonstrou uma realidade que a gente via no Estadual. É um time limitado, sem criatividade. Não adianta colocar vários jogadores para atacar se ninguém cria. Falta um jogador que faça a função do Alex e Robinho. Também precisa buscar um bom goleiro. A zaga é único setor razoavelmente estruturado.
Vai lutar para não cair, de novo. E com uma perspectiva pior do que a do ano passado. Este time é igualmente fraco, mas sem uma bola de segurança. No aperto, tinha o Alex. Precisa trazer dois caras para serem titulares no ataque. Rafhael Lucas não aguentou o mata-mata. A opção de jogo foi tentar ligação direta. Por isso precisa de um meia mais avançado para dar mais alternativas à equipe. Não tem nenhum 10 disponível no mercado. O Coritiba, no entanto, precisa de um. Mas na falta, necessita melhorar o que tem, mesmo não sendo o ideal.
Se no ano passado com Alex e com Robinho, o Coritiba se salvou nas últimas rodadas, imagine sem eles. O Coritiba precisa de um líder natural. Não de um jogador caro, como Lincoln, Marcelinho Paraíba. Tem de ser um jogador com qualidade, comprometimento, mas não necessariamente caro. O Marquinhos Santos não é o problema. Falta um diretor de futebol com sabedoria, malícia, como tinha o Munir Caluf, que vivia na prática e conhecia profundamente o futebol. Os salários devem ser equilibrados e as cobranças devem ser severas. E tudo começar com um grande goleiro. Historicamente, os grandes times do Coritiba sempre começaram com um grande goleiro.
2) Qual a perspectiva para o Atlético no Brasileiro?
O Coritiba ainda tem uma base. O Atlético nem sequer tem uma base. Não sabe a escalação, a torcida não sabe quem joga. Foram cinco meses jogados fora. O técnico não inspira confiança. O que tem sido feito até agora é um desrespeito com a torcida. Nossos times estão diminuindo de tamanho porque não têm dinheiro para contratar. O Atlético só investe em patrimônio. Time que é bom, não tem. O próximo presidente do Atlético deve ser um empreiteiro.
Falta bastante coisa. Perdeu dois anos quando desmontou a estrutura de experiência, com Paulo Baier e Luiz Alberto, que orientavam a equipe, acalmavam o jogo. Precisa contratar alguém que seja o capitão do time, desde que não seja o Weverton. Não que ele seja ruim, mas fica no gol, não participa do jogo o tempo inteiro. Precisa de alguém que lance, que chute, que arremate com qualidade. Há bons meninos. Mas também não é hora para colocar num campeonato de Primeira Divisão.
No ano passado o elenco não era tão diferente, mas nesse ano não dá para saber o nível de relação entre diretoria e elenco, mas algo mudou. Se teve problema para jogar contra o Remo e o Rio Branco, imagine contra Internacional, Corinthians.
Difícil saber o que pode acontecer em um time que tem uma administração mais fechada do que a Coreia do Norte. Um ditador insensato, que dispensa técnicos da qualidade de um Mancini, um Doriva, dissolve qualquer planejamento. O Atlético até pode entrar para não cair, desde que o presidente não meta o nariz no futebol.
3) Qual a perspectiva para o Paraná na Série B?
O Paraná vai disputar o campeonato porque tem de disputar, mas sabe que não vai chegar a lugar nenhum. E o nível da Segunda Divisão está cada vez melhor, dentro do que é o nível de uma Série B. O padrão técnico deste ano é preocupante. Tem Bahia, Vitória, Botafogo. E os quatro milhões prometidos pela turma “do bem” não paga nada hoje em dia.
A gente não sabe o que vem. Está vindo um lote de jogadores contratados por atacado. Existe um relativo sucesso nesta garimpagem, já feita antes, quando revelou Maicosuel e Leonardo e montou o time que se classificou para a Libertadores. O primeiro objetivo é se manter na Primeira Divisão e depois tentar arriscar algo mais.
Existe o time do Paraná hoje e o time do Paraná daqui a um dois meses. Hoje é um time para não cair. Daqui a dois meses pode ser um time que brigue para subir. No geral, não deve passar sufoco. Contratou um técnico que tem obsessão por não perder. Mas tem de ver quando vai contratar um técnico com a ambição de subir, e não apenas não cair.
Acho que o Nedo foi uma boa opção. Faltou pouco para ele colocar o Boa na Primeira Divisão no ano passado. O pagamento em dia também cria outro clima. Não é tão difícil a Segunda Divisão, desde que tenha uma espinha dorsal: goleiro, zagueiro xerifão, volante e artilheiro. Mas o foco tem de ser em subir no dia a dia. Acho possível, mas o maior problema do Paraná são as eleições de setembro. Dos três, o Paraná é o que dá mais esperanças de fazer um bom papel neste ano.
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