Confira as equipes base do Atlético nas três vezes que se classificou à Libertadores
1999 - Flávio; Alberto, Gustavo, Leonardo e Vanin; Fabiano, Axel, Sandoval e Adriano; Lucas e Kelly.
2001 - Flávio; Alessandro, Gustavo, Nem, Rogério Corrêa e Fabiano; Cocito, Kleberson e Adriano; Kléber e Alex Mineiro.
2004 - Diego; Fernandinho, Marinho, Rogério Corrêa, Marcão e Ivan; Fabiano, Alan Bahia e Jadson; Dagoberto e Washington.
No último domingo, o técnico Vágner Mancini admitiu pela primeira vez que o Atlético tem chances de se classificar à Libertadores de 2014. Pelo cálculo do treinador, bastam cinco vitórias nas dez rodadas restantes do Brasileirão para o Furacão ir pela quarta vez à competição continental, da qual chegou a ser vice em 2005. Com 48 pontos, o Atlético é o quarto colocado na tabela, a um ponto apenas do segundo e terceiro colocados - o Botafogo está a frente do Grêmio somar mais vitórias.
Com oito pontos de vantagem sobre o Vitória primeiro clube fora da zona de classificação , o time de Mancini aposta na mesma tática das campanhas em que o Furacão se classificou em 1999, 2001 e 2004 para voltar a ser o Furacão das Américas.
Na opinião dos jogadores que participaram das três campanhas em que o time da Baixada se classificou à Libertadores, a equipe atual apresenta o mesmo espírito coletivo e o alto nível de comprometimento. "Acho que está igual. Todo mundo jogando com um só objetivo", diz o volante Alan Bahia, titular no vice-campeonato brasileiro, em 2004, que garantiu vaga à Libertadores de 2005. "Esse time também tem muita velocidade e dedicação. Esses ingredientes fazem um time vencedor", completa o jogador, que participou do vice continental em 2005 - atualmente com 30 anos, Alan Bahia está sem clube desde que deixou o sul-coreano Suwon Bluewings.
Para o volante Cocito, que defendeu o Atlético ininterruptamente entre 1998 e 2003, a maior qualidade do elenco atual é a união. "Mesmo tendo destaques individuais, como o Marcelo, Éderson, Paulo Baier, vejo uma equipe homogênea. Todo mundo se ajuda", comenta o paulista, que, aos 36 anos, é dirigente do Batatais FC, da Série A2 do futebol paulista.
Cocito participou tanto do título da Seletiva da Libertadores, em 1999, quanto da conquista do Brasileiro em 2001. No primeiro torneio, o volante marcou um de seus dois únicos gols com a camisa rubro-negra. Justamente em um Atletiba, no Couto Pereira.
"Nós estávamos tomando um vareio do Coritiba no primeiro tempo. Graças ao Flávio [goleiro] só tomamos um gol. Entrei no intervalo, consegui marcar e vencemos por 4 a 1. Foi um gol que valeu por muitos. E foi um grande passo para a nossa primeira Libertadores", relembra.
Naquela campanha, além do Coxa, o Furacão eliminou Portuguesa, Internacional e São Paulo. Na decisão contra o Cruzeiro, o time do técnico Vadão venceu em casa por 3 a 0 e, mesmo com o revés por 2 a 1 no Mineirão, entrou para a história do Atlético.
Lição atual
Apesar da confortável distância de oito pontos para o sexto colocado o quinto, Atlético-MG, já tem vaga assegurada por ser o atual campeão da Libertadores , o Atlético não pode se desconcentrar.
O conselho vem de quem viveu a temporada 2004, que ficou perto de ser a do bicampeonato nacional rubro-negro, mas se tornou um sofrido vice. Até a antepenúltima, o time comandado por Levir Culpi liderava no piloto automático, dois pontos à frente do Santos. Uma derrota para o Vasco, no entanto, inverteu a tabela de classificação e custou muito caro.
"Eles têm de manter o ritmo. A vantagem é considerável, mas a bola pune. Em 2004 tínhamos dois pontos de vantagem para o Santos e acabamos perdendo o título por causa de um jogo", alerta Alan Bahia. "Ainda tem 30 pontos em disputa", emenda volante, que destaca o zagueiro Manoel como principal nome do time atual.
Para Cocito, que retornou ao clube para disputar a Libertadores de 2005, o plantel tem qualidade para suportar a reta final de campeonato. O desafio é não desconcentrar.
"Se mantiverem o comprometimento, a chance de chegar é 90%. Não só pela pontuação, mas pela maneira com que o time vem jogando. É preciso que cada jogo seja o último, como fizemos no passado", diz o ex-volante, citando a família atleticana de 2001.
"Mesmo quem não era convocado estava no vestiário. No banco, todos jogavam junto. Parecia que estávamos com 18 em campo. E me parece que esse espírito está presente de novo em 2013", fecha Cocito.