O Cruzeiro venceu o Santa Cruz, na manhã deste domingo (28), no Mineirão, e se distanciou ainda mais da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O jogo válido pela 22ª rodada ficou 2 a 0 para o mandante. O meio-campista Robinho e o centroavante Ramón Ábila fizeram para a equipe de Belo Horizonte.
Com o resultado, o time mineiro, comandado por Mano Menezes, alcança a 14ª colocação, com 26 pontos, três a mais que o Internacional, primeiro time da degola. Os comandados de Doriva, por outro lado, permanecem na vice-lanterna do Brasileirão. O time segue com 19 pontos conquistados.
O argentino Ramón Ábila marcou pelo Cruzeiro o quinto gol em oito rodadas do Campeonato Brasileiro. Ao todo, são seis bolas na meta em nove confrontos (o que inclui um jogo pela Copa do Brasil). A média do gringo é de 0,67 gol por jogo desde que chegou à Toca da Raposa II.
O meia-atacante Matías Pisano -- que está emprestado ao Santa Cruz, mas pertence ao Cruzeiro -- não convenceu. Ele iniciou o jogo atuando pelo lado direito do ataque do visitante, mas foi facilmente marcado por Lucas. Ao perceber a dificuldade do jogador, Doriva o deslocou para o centro do campo, mas o atleta foi mais uma vez presa fácil para os marcadores rivais. Lucas Romero impediu que ele criasse as jogadas para os pernambucanos.
De volta a uma partida do Cruzeiro após quase seis anos, o árbitro Sandro Meira Ricci foi hostilizado pelo público que compareceu ao Mineirão. Quando teve o nome anunciado no telão do Gigante da Pampulha, o árbitro foi xingado. Os gritos de “ladrão, ladrão” foram entoados por boa parte dos presentes.
A ira da torcida local se deve a um pênalti assinalado pelo juiz sobre Ronaldo em uma partida entre Corinthians e Cruzeiro, em novembro de 2010. À época, a infração foi bastante contestada pelos atletas da equipe de Belo Horizonte. Nos lances contrários ao time de Mano Menezes, os xingamentos se repetiram.
O jogo
O Cruzeiro não conseguiu encaixar a sua proposta de jogo no primeiro tempo. Recuado e com menos posse de bola, a equipe ficou refém de jogadas pelos lados do campo. Os homens de ligação, Robinho e De Arrascaeta, ficaram presos à marcação adversária.
Os laterais, portanto, tiveram que aparecer. As principais chances saíram dos pés de Edimar. Em uma delas, Rafael Sóbis finalizou para fora. Os comandados de Mano Menezes só conseguiram finalizações perigosas no segundo tempo. O curioso é que elas se transformaram em gol. Robinho acertou da entrada da área e Ramón Ábila aproveitou bobeira na marcação adversária para marcar.
O Santa Cruz iniciou o confronto na defensiva. João Paulo se posicionou como um terceiro volante, enquanto Matías Pisano e Keno recuaram pelos lados do campo, posicionando a equipe em um 4-5-1. A forma de atuar se alterou conforme o time se sentiu mais à vontade no Mineirão. A primeira oportunidade saiu em um lance de contra-ataque. Grafite exigiu ótima defesa de Rafael. Na sequência, Léo Moura mandou no travessão do mandante.
Artilheiro do Santa Cruz na temporada, com 16 gols assinalados, Grafite vive um jejum incômodo. O centroavante não balança as redes adversárias há dez partidas. O último gol foi há dois meses, no revés para o Corinthians, por 2 a 1, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Desde então, ele entrou dez vezes em campo (nove pelo Brasileirão e uma pela Copa Sul-Americana) e não deixou a sua marca. Na derrota para o Cruzeiro, o atacante teve mais uma chance de marcar, mas parou nas mãos de Rafael.
Esta foi apenas a terceira partida do Cruzeiro sem sofrer gols na atual edição do Campeonato Brasileiro. A equipe não terminava um confronto com a defesa intacta desde 22 de junho de 2016, quando goleou a Ponte Preta, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, por 4 a 0. De lá para cá, foram 13 rodadas com a equipe tendo as redes balançadas. No triunfo sobre o Botafogo, por 1 a 0, os mineiros também não tiveram a meta estufada.
A vitória sobre o Santa Cruz fez com que o Cruzeiro deixasse o posto de pior mandante da atual edição do Campeonato Brasileiro. A equipe comandada por Mano Menezes somou o 14º ponto dentro de seus domínios e superou América-MG (novo lanterna) e o próprio Santa Cruz.