Exemplo máximo da loucura pelo clássico que decide o Paranaense 2016 é encontrado no Boqueirão, zona sul de Curitiba: um boteco que respira futebol e estampa o nome do duelo – o ‘Bar Atletiba’.
Com direito a dobradinha, pagode no DVD e cerveja gelada, o estabelecimento é a única pessoa jurídica na capital registrado com a alcunha do tradicional clássico. Criatividade? Mais ou menos.
O dono, Atalibio dos Santos, conhecido como Ataliba, atleticano fanático, faz questão de manter o boteco à moda clássica, como manda a regra de um bom Atlético x Coritiba .
Mesas simples, coleção de cachaças, pagamento apenas no dinheiro, bolão até para o jogo de sinuca, e um time de peladeiros com os frequentadores mais antigos do bar.
O uniforme do Whisky Nights, nome que dispensa explicações, é tricolor em homenagem aos três grandes da capital, e a chuteira da rapaziada tem que ser obrigatoriamente preta.
Ataliba abriu o Bar Atletiba há 12 anos e herdou o nome de uma antiga mercearia que funcionava no local, em respeito aos antigos donos.
“O estabelecimento era de dois irmãos, isso há mais de 30 anos. Um era rubro-negro e o outro coxa-branca. Quando eles fecharam, o ponto ficou fechado por um tempo e quando fui abrir o bar, o neto deles me pediu para manter o nome. Eu, como sou louco por futebol, topei”, conta o atual proprietário.
Pelada no colégio
Na outra ponta da paixão pelo confronto, algo menos baladeiro e saudável: a pelada da Associação de Pais e Professores do Colégio Nossa Senhora Medianeira.
Desde 1995, pelo menos uma vez ao ano, ex-alunos do colégio, rubro-negros e alviverdes fervorosos, realizam o rachão que sai mais faísca que o jogo dos profissionais.
“Uma vez foram seis cartões vermelhos e uma perna quebrada. Já tivemos gente ficando banguela durante o jogo, mas como são todos amigos, no final tudo acaba na cerveja”, brinca o engenheiro civil Rubens Cardoso, coxa-branca doente.
Rubens fundou a pelada junto com o representante comercial Juliano Mendes, rubro-negro fanático. “Nossa amizade é tão forte quanto a nossa rivalidade na torcida por Coxa e Atlético. Foi daí que nasceu a ideia de comemorar as nossas peladas semanais com o Atletiba no final do ano”, explica Cardoso. “ É bom ver que a tradição está firme, pois acima de tudo prevalece a amizade”, complementa Mendes.
Os dois não jogam mais o clássico amador, pois passaram a atuar pelo time dos pais do Colégio Medianeira. E mesmo assim o duelo segue sendo realizado. Com direito a trio de arbitragem profissional e fardamento original.
Os amigos, que antes jogavam cada um com uma camisa diferente, conseguiram há alguns anos os uniformes oficiais diretamente com as diretorias dos clubes. Quem não torce por Furacão ou Coxa pode jogar, desde que vire a casaca. É o caso do biólogo e ex-aluno do colégio Alexandre Lôr, que jogará o clássico no final do ano. “Eu, como paranista, tenho que admitir que é difícil superar essa rivalidade. Jogo para os dois lados, assim como gremistas, colorados e outros penetras”, confessa o torcedor tricolor.
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