A menos de um mês de a bola rolar no Campeonato Paranaense 2017, ainda não há acordo para que a disputa seja transmitida pela televisão.
No início de novembro, os clubes rejeitaram proposta de R$ 6 milhões da Rede Globo para tevê aberta (sem pay per view), feita ainda em setembro. Desde então a negociação – que é intermediada pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) – não apresentou evolução.
“Estamos trabalhando para buscar uma solução”, reitera o diretor responsável pelas aquisições de direitos esportivos da Globosat, Fernando Manuel Pinto.
“Tenho notado um esforço do Hélio [Cury, presidente da FPF], mas a falta de união entre os clubes e a Federação tem atrapalhado. A negociação é coletiva, mas sem que haja coletividade o processo fica mais complicado, seja para negar ou aceitar a proposta”, acrescenta o diretor.
De acordo com Pinto, o assunto só deve ganhar novidades na próxima semana. A Globo ainda analisa a contraproposta dos clubes, que pleiteiam cerca de R$ 12 milhões pelo campeonato. A edição de 2016 foi negociada por aproximadamente R$ 9 milhões (já incluindo o pacote pay-per-view).
À Rádio Paiquerê, de Londrina, Cury afirmou em dezembro que a culpa de o acordo ainda não ter sido fechado é do Atlético. “Ainda acredito no bom senso e que tudo terminará bem”, disse o dirigente.
Arif Osman, presidente do Foz do Iguaçu, confirmou que a informação tem sido repassada pela FPF. “O Hélio está entrando em contato com os clubes do interior e passou que a dificuldade está com o Atlético Paranaense. E a transmissora não quer fazer se o Atlético não aceitar”, ressaltou.
Procurado pela reportagem, o presidente do Furacão, Luiz Sallim Emed,rebateu o argumento usado por Cury. Para o dirigente atleticano, o valor oferecido (cerca R$ 2 milhões) não é atraente e por isso o clube tem o direito de não aceitar.
“Nesse patamar não temos interesse. A Globo pode não achar interessante comprar o campeonato desta forma, sei que isso teria impacto em outros clubes, mas o seu Hélio Cury não tem de ficar transferindo a questão para a conta do Atlético”, frisou.
“Atlético e Coritiba têm tomados decisões em conjunto e pelo que sei eles também concordavam. Hoje é 3 de janeiro e não sei se eles mudaram de ideia. Para nós continua não sendo interessante”, completou Sallim, sugerindo que o Coxa também não tenha concordado com a oferta.
Os próprios representantes do interior (excluindo Londrina e incluindo J. Malucelli) também não bateram o martelo sobre o valor proposto e prometeram brigar em bloco para receber R$ 600 mil cada, o dobro do valor anterior.
“A situação é preocupante hoje. Estamos todos trabalhando sem saber o que você pode contratar, como pode gastar. Estamos montando um time bem modesto para não ter problemas depois”, ressalta Osman.
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