Artilheiro do Paranaense com três gols nas três primeiras rodadas, o atacante Getterson, do J. Malucelli, virou o personagem central da primeira polêmica do campeonato fora das quatro linhas.
O jogador de 25 anos foi titular do Jotinha nas vitórias sobre Cascavel (28/1) e Cianorte (5/2) e também no empate com o Foz do Iguaçu (1/2). Porém, apesar de ter entrado em campo desde a estreia no Estadual, no dia 28 de janeiro, o nome do centroavante só foi publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF na última segunda-feira (6).
Emprestado ao FC Dallas, dos Estados Unidos, entre 4 de julho e 31 de dezembro do ano passado, Getterson tem contrato com o J. Malucelli até dezembro de 2018. Depois que o vínculo dele com a equipe americana terminou, no entanto, ele só estaria liberado para atuar a partir da inscrição no BID, o que não aconteceu.
O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) já está analisando o caso e, se for constatada a irregularidade, será aberta denúncia contra o clube no início da próxima semana.
“A documentação chegou ontem [quarta] para nós. Vamos avaliar e até segunda-feira isso vai estar protocolado. Se entendermos que existe irregularidade, haverá denúncia”, explicou o procurador-geral do TJD-PR, Gilson Goulart Júnior, em entrevista à Gazeta do Povo.
Com o processo aberto, será realizado julgamento no qual o Jotinha pode ser punido com perda de pontos. Seriam três pontos para cada partida jogada por Getterson, além dos sete pontos conquistados pelo líder do Estadual até aqui.
Ou seja, o Caçula pode ficar com nove pontos negativos na tabela de classificação do Paranaense.
“Vamos analisar a documentação, algo que justifique isso [a utilização do jogador]. Mas a princípio é o BID que define isso [quem está regular no campeonato]”, complementou Goulart.
O advogado do J. Malucelli, Marcelo Contini, contesta que o atacante esteja irregular. “Na verdade fomos até surpreendidos com essa informação porque ele tem contrato publicado desde junho de 2016, quando renovou até o fim de 2018. Por enquanto não fomos notificados de nada. Ao nosso ver não existe nada errado”, diz.
Segundo o advogado, o que foi publicado no BID foi apenas o Certificado de Transferência Internacional (CTI), o que não afetaria a condição de jogo do atleta. “O contrato dele está ativo com o Jota. Ele saiu por empréstimo e retornou. Não foi uma transferência em que deixou o clube e foi contratado de novo, por isso não há irregularidade”, afirma Contini.
Terceiro interessado
Dependendo do artigo em que a denúncia do TJD-PR for enquadrado (e se houver denúncia), os times que enfrentaram o Jotinha podem se habilitar como ‘terceiros interessados’ no processo. Pelo menos Cascavel e Foz do Iguaçu já indicaram que ficarão de olho no caso.
“Vamos ver no que será embasada a denúncia. Se for no artigo 214 do CBJD [Código Brasileiro de Justiça Desportiva], por exemplo, automaticamente vamos entrar”, promete o advogado Nixon Fiori, que representa a Cobra e o time da Fronteira.
O artigo citado fala em “incluir na equipe ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta que não tenha condição legal de participar de partida, prova ou equivalente”.
“Ficar como terceiro interessado nos dá o direito de, se entendermos que o mérito não foi julgado corretamente, podemos recorrer”, argumenta Fiori, que não descarta brigar pelos pontos das partidas para seus clientes.
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