Apito da discórdia

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O Atlético fez o que pôde para que a arbitragem do Atletiba decisivo do Campeonato Paranaense fosse de outro estado, mas a Federação Paranaense de Futebol (FPF) não cedeu à pressão e escalou Evandro Rogério Roman para a primeira partida da final, marcada para domingo, às 16 horas, na Vila Capanema. Ao lado do árbitro, estarão José Carlos Dias Passos e Moisés Aparecida Souza.

O sorteio que ocorreu on­­tem na sede da FPF tinha quatro nomes, todos do Paraná – Adriano Milczvski, Edivaldo Elias da Silva e Héber Roberto Lopes também estavam na disputa. A decisão por arbitragem local deverá se manter para o segundo duelo da final.

A escolha certamente desagradou à cúpula atleticana, que atuou fortemente nos bastidores para que nenhum árbitro paranaense comandasse o Atletiba. Tanto que chegou a levar uma comitiva ao Tarumã, na véspera da definição da arbitragem, para pressionar a FPF para convidar árbitros de outras federações.

Sem contar que a diretoria do clube já havia encaminhado um ofício sugerindo nomes de fora e até elencado no site oficial uma lista de erros dos árbitros locais que teriam favorecido o rival.

O barulho promovido pelo Rubro-Negro, no entanto, não surtiu o efeito desejado. "Nossos árbitros são competentes, mas o Atlético tem o direito de pedir árbitro de fora, e nós temos o direito de acatar ou não", disse, à Rádio Banda B, o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, Afonso Victor de Oliveira.

Roman vai apitar o quarto Atletiba da carreira – atuou em 2003, 2009 e 2011. Acumulando também o cargo de secretário de Esporte do governo do estado, ele chegou a sugerir à FPF que não estivesse no sorteio.

"Eu havia iniciado uma conversa com a entidade dizendo que não faria questão de trabalhar no clássico. Mas houve o entendimento dentro da Federação de que eu deveria ir para o sorteio", admitiu Roman. "Vou com tranquilidade, serenidade e responsabilidade de saber que tenho um jogo desse pela frente. E é como muitos outros que já fiz", seguiu.

O diretor de futebol do Atlético, Sandro Orlandelli, não quis comentar a decisão da FPF. Já o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, aprovou a escolha. "Ele é um bom profissional. Eu considero que o futebol paranaense tem bons árbitros. O Roman é bem preparado tecnicamente, extremamente correto, e o Coritiba tem plena confiança nos árbitros do estado do Paraná", afirmou.

Colaborou: Ana Luzia Mikos