O apresentador de televisão da Rede Massa em Maringá, Lourival Santos, foi preso ontem em flagrante durante a final entre Maringá e Londrina no Estádio Willie Davids, acusado de injúria racial. Segundo outros jornalistas que estavam no gramado, ele chamou o lateral-direito Maicon Silva, do Tubarão, de macaco, logo após ter marcado o gol, aos 26 minutos do primeiro tempo.
A ofensa foi denunciada imediatamente à Polícia Militar pela repórter Monique Villela, da Rádio Banda B. O presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná (Acep), Isaias Bessa, também confirmou a injúria racial à transmissão em pay-per-view da decisão. A PM prendeu Santos na área reservada à imprensa. Ele ainda tentou esconder o colete que vestia e ir para os vestiários, mas acabou reconhecido e não conseguiu fugir.
Santos foi encaminhado à 9.ª Subdivisão Policial de Maringá, assim como outros dois jornalistas que aceitaram fazer a representação criminal. Depois de colher os depoimentos, a Polícia Civil liberou o apresentador. Ele deve responder por crime de injúria racial, que prevê pena máxima de oito anos. Sob o ponto de vista jurídico, racismo ocorre apenas quando alguém tem acesso restrito a determinado local por causa da cor da pele.
Apresentador do programa "Show de Bola" na TV Tibagi, emissora da Rede Massa que retransmite a programação do SBT para a região de Maringá, Santos foi afastado do canal após a ocorrência. Em nota, a Rede Massa disse que "repudia e condena" todo ato de racismo, "um delito abjeto que não pode ter abrigo em qualquer circunstância". A emissora afirmou que não responde pelas ações do funcionário e declarou "esperar rigor" no caso.
Após a partida, o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, também condenou a atitude do jornalista.
Esse é o segundo episódio desse tipo nessa semana no futebol paranaense. Na quinta-feira, o jogador Marino, do São Bernardo, foi chamado de macaco por dois torcedores do Paraná na Vila Capanema. No entanto, os agressores não foram presos em flagrante e ainda não foram identificados.
Atualização: tendo em vista a ausência de representação da suposta vítima, William Bittar de Souza, bem como a inexistência de elementos suficientes para justa causa, o inquérito policial não foi instaurado.
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