Um personagem emblemático une as histórias de Coritiba e Operário, rivais na final do Estadual, neste domingo (3), no Couto Pereira. Maior artilheiro da história do Coxa, com 202 gols, o atacante Duílio, o Canhão, nasceu em berço operariano.
“Ele veio de uma família de ferroviários. Os irmãos dele, Djalma, Hélio e Ico Dias, também jogaram no Operário. A mãe, dona Mira, era a torcedora-símbolo do Fantasma daquela época, entre os anos 40 e 50. Ia a todos os jogos, era fanática e até brigava com torcedores adversários”, narra o médico e historiador do clube pontagrossense, Ângelo Luiz Delfino.
A saga de Duílio desponta em 1950. Um time de juvenis do Fantasma assombrava os rivais. A fama do Rolo Compressor, como ficaria conhecido o esquadrão de meninos, extrapolava os Campos Gerais e retumbava na capital.
Em especial, um jovem artilheiro de 15 anos. Apesar de lento e pouco habilidoso, desferia potentes chutes com ambas as pernas, era letal na bola área e detentor de posicionamento privilegiado em campo. Os predicados renderam ao jovem Duílio o apelido de Canhãozinho e, no ano seguinte, uma chance no time principal, em 1951.
“Ele tinha 15 anos e foi chamado pra uma partida contra o Guarani, grande rival do Operário. O jogo era no campo do adversário, que já havia vencido o primeiro turno da liga local e seria campeão com uma vitória”, conta Delfino. “O Fantasma venceu por 4 a 1 e Duílio marcou dois. Nos três jogos das finais, o Guarani acabou campeão. Mas, em quatro jogos, Duílio marcou cinco gols e virou revelação”, detalha.
Duílio desfilou o faro de gol por três anos no Germano Krüger. Em 62 jogos oficiais, anotou 60 gols. Foi o suficiente para, em 54, receber uma visita — com direito a proposta de 20 mil cruzeiros para o Operário — de Aryon Cornelsen, diretor de futebol do Coritiba. Como não havia alcançado a maioridade, Duílio precisou da permissão dos pais para viajar à capital. A condição: que arranjasse um emprego além da bola.
“Ele foi nomeado na Assembleia Legislativa. Trabalhava o dia inteiro e tinha licença pra sair à tarde, para treinar”, relembra Rossy Ferreira Dias, 78 anos, viúva de Duílio. “Ele tinha muito carinho pelo Operário e fez história pelo Coritiba. Não sei para quem torceria nesta final. Mas, o meu favorito já escolhi: vou torcer para o Fantasma”, brinca Rossy,
No Coxa, entre os anos de 54 e 63, o Canhão fez 202 gols, foi pentacampeão estadual e quatro vezes artilheiro da disputa. Até hoje ninguém superou suas marcas. Após a renúncia do presidente Aryon Cornelsen, em 63, e a posse de Antonio Patitucci, o elenco passou por uma limpa. Um dos dispensados, Duílio. “A gente ficou com uma mão na frente e outra atrás”, relembra a viúva.
Vendido para o Água Verde em 13 de maio daquele ano, o Canhão mostrou ainda ter munição. Entre 63 e 65, fez 33 gols no time que seria um dos embriões do Paraná. Foi ainda artilheiro do Estadual de 63. No total, o ex-jogador, que faleceu em 91, aos 56 anos, anotou 295 gols em jogos oficiais. É o maior artilheiro atuando em times paranaenses e nome de rua no Xaxim.
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