Vestiário
Rubro-negros lamentam o empate
Mesmo ainda invictos no Estadual, os jogadores atleticanos lamentaram o 2 a 2 em Cianorte, na partida que marcou a estréia do uniforme 2012 do Rubro-Negro. "Pela circunstância de estarmos ganhando e tomarmos o empate ficou um gostinho de derrota", admitiu Renan Foguinho, o substituto de Paulo Baier ontem.
O volante lamentou as oportunidades perdidas pelo ataque rubro-negro. Na principal delas, aos 27 do segundo tempo, o atacante Edigar Junio conseguiu chutar para fora uma bola em que o goleiro do Cianorte já estava vencido.
"Nossa equipe criou muito mais do que eles. Pecamos em não conseguir matar o jogo", lamentou Renan Foguinho. "A equipe toda não se portou bem no segundo tempo", resumiu.
Mesmo abatido, o jogador lembrou que ainda restam seis partidas para o fim do primeiro turno. "Temos o objetivo de conquistar o título, não tem nada perdido. Ainda temos muitas rodadas para tirar estes dois pontos do Coritiba", apostou.
Polêmicas
Os dois lados reclamaram da arbitragem. Os atleticanos ficaram insatisfeitos com um pé alto do goleiro do Cianorte, que acertou Ricardinho e chegou a rasgar a camisa do atacante. Já os donos da casa protestaram com uma bola que bateu na mão de Manoel na área. O árbitro Edivaldo Elias da Silva não marcou pênalti em nenhum dos casos.
Robson Martins
Opinião
Fogo amigo
O técnico uruguaio Juan Ramón Carrasco foi o verdadeiro inimigo na trincheira no jogo contra o Cianorte. Ao tirar o melhor jogador em campo e fazer a sua equipe cair de produção, o treinador foi decisivo para o Atlético não ter conseguido os três pontos.
E os problemas podem ultrapassar o confronto de ontem. Com que cabeça fica um menino de 19 anos que vê todos os críticos o elogiando e mesmo assim é sacado de campo?
As invencionices e substituições do treinador atleticano tinham sempre uma justificativa óbvia: o jogador estava mal. Porém, desta vez, não foi isso que ocorreu. Os atletas do Furacão agora aprenderam que jogar bem não significa ficar no time.
Ninguém tira os méritos de Carrasco. O treinador levantou a auto-estima de uma equipe abatida com o rebaixamento no Nacional e recuperou atletas que tinham perdido espaço no CT do Caju. Ainda invicto no Estadual, o técnico ganhou tempo com as vitórias para avaliar um elenco que precisará de reforços para o Nacional. Mas ontem ele errou mesmo. E feio.
Robson Martins, repórter
No principal teste desde o início do Paranaense, o Atlético não conseguiu ser aprovado. Com o 2 a 2 contra o Cianorte, fora de casa, a equipe rubro-negra perdeu o 100% de aproveitamento no Estadual, teve a sua defesa vazada pela primeira vez neste ano e viu o rival Coritiba abrir dois pontos na liderança da competição.
O "exame" só não reprovou completamente o Rubro-Negro por causa da qualidade do adversário. O empate fora de Curitiba contra uma equipe também invicta não chega a ser um mau resultado. Ainda mais para um time que está sendo reformulado, após um rebaixamento no Brasileiro em 2011, e que não atua no próprio estádio por causa da reforma visando a Copa de 2014. Mesmo assim, a sensação ruim para os atleticanos ficou por causa das circunstâncias da partida.
No primeiro tempo do jogo, o Furacão aparentava que ia conseguir os três pontos com tranquilidade. A equipe atleticana abriu dois gols com facilidade, com Manoel e Bruno Mineiro, sempre com uma participação decisiva do meia Harrison.
Mas, no intervalo, o técnico Juan Ramón Carrasco resolveu tirar o jovem de 19 anos, o melhor em campo. Resultado: o Cianorte cresceu e empatou, com gols de Marquinhos e Paulinho. No final, só restou ao comandante rubro-negro tentar justificar a polêmica alteração.
"Nós estávamos vencendo por 2 a 0. Queríamos de alguma maneira ficar melhor defendidos e ainda ter um ataque eficiente", disse o treinador, que colocou Paulo Otávio no lugar de Harrison e deslocou Heracles para o meio de campo.
Apesar das críticas, Carrasco não admitiu que a sua alteração influenciou no resultado. Para ele, a reação da equipe da casa na etapa final só ocorreu porque eles conseguiram ter um melhor desempenho no calor de 36°C.
"O Cianorte é uma equipe muito forte. Acredito que, futebolisticamente, o Atlético foi melhor e fisicamente, principalmente no segundo tempo, foi o Cianorte", afirmou o comandante rubro-negro. "Tínhamos muitas bolas divididas que eles ganhavam. Ou eles são mais fortes ou nós não temos experiência nestas divididas e temos que trabalhar esta parte", completou Carrasco.
Sem fazer questão de falar pausadamente e em "portunhol", como estava fazendo enquanto só recebia elogios, o treinador do Furacão disse que o empate ainda não o preocupa na busca pelo título estadual. "Me preocuparia se não tivéssemos criado chances de gol, mas a equipe com a bola jogou bem", resumiu o técnico, lamentando ainda as oportunidades perdidas pelo Furacão de fazer o terceiro gol.
Homenagem
O time atleticano homenageou ontem o torcedor André Scaramussa Lopes, 21 anos, que morreu na última quarta-feira, atropelado ao atravessar a BR-277, após o confronto entre o Furacão e Roma, com a faixa "André, você estará sempre em nossos corações". Também foi respeitado um minuto de silêncio em toda a rodada. Mesmo com a tragédia, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) marcou Atlético e Toledo para o Janguito Malucelli, na quarta-feira. Uma reunião hoje, às 15 horas, entre representantes da FPF, Polícia Rodoviária Federal, Atlético, Polícia Militar, Rodonorte e Secretaria Municipal de Trânsito vai definir a estratégia de segurança para o confronto.
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