Paulo Baier saiu do banco de reservas para dar ritmo ao Atlético na partida contra o Rio Branco. Mais uma vez, marcou um belo gol de falta, que fechou o placar| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Opinião

Furacão cada vez mais forte

Ciro Campos, repórter

A partida de ontem mostrou mais uma vez que o elenco atleticano está ganhando opções e principalmente consistência para o resto do ano. O técnico Juan Ramón Carrasco vai ter boas peças à disposição e boas dúvidas para definir o time titular que enfrenta o Sampaio Corrêa-MA, pela Copa do Brasil na próxima quinta-feira.

A grata surpresa de ontem foi a boa estreia de Zezinho. O meia de 19 anos jogou como volante e mostrou bom passe, autoconfiança e capacidade de articulação com o setor ofensivo. Ele entrou no lugar do sempre titular Deivid, i poupado. Na criação das jogadas, as entradas de Paulo Baier e Guerrón foram fundamentais.

O técnico vai precisar quebrar a cabeça se quiser colocar em campo o que tem de melhor. Uma formação com Baier e a revelação Harrison mesclaria experiência e juventude na ligação com o ataque. Correndo por fora, tem o uruguaio Martín Ligüera, que já mostrou ser técnico e cerebral.

Na retaguarda, o Atlético tem sido sólido e o goleiro Rodolfo mais uma vez mostrou segurança. A disputa pela camisa 1 promete esquentar quando Renan Rocha se recuperar de contusão no joelho.

É o Furacão começando a soprar mais forte em 2012.

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A vitória do Atlético por 3 a 0 ontem sobre o Rio Branco, na Vila Capanema, mostrou que os velhos conhecidos da torcida Paulo Baier e Guerrón ainda têm espaço no elenco Rubro-Negro. Os dois saíram do banco para serem decisivos na construção da vantagem do time no segundo tempo. O resultado foi fundamental para manter o Atlético em terceiro na classificação, na cola dos líderes Londrina e Coritiba.

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Ambos contribuíram dentro das respectivas especialidades. Guerrón usou a velocidade para ir ao fundo e cruzar para Marcinho fazer o segundo gol, ainda no primeiro minuto da segunda etapa. Paulo Baier fez o terceiro, aos 31 minutos, em uma cobrança de falta em que todos esperavam o cruzamento na área, mas o meia cobrou direto e surpreendeu o goleiro.

"Quem está no banco, sempre que precisar, vai estar bem para entrar no jogo e ajudar o time", disse o veterano meia de 37 anos. Minutos antes de marcar o gol, ele havia demonstrado seu talento ao fazer um lindo lançamento para Edigar Junio, que mesmo livre, chutou para fora. "A idade não importa. O que vale é estar feliz e bem condicionado", afirmou Baier.

Mesmo com a atuação de destaque dos velhos conhecidos do time, o grande nome atleticano foi Harrison. A revelação da equipe foi o grande articulador do meio de campo e o responsável por acelerar as jogadas. Quando a bola passou pelos pés do camisa 10, chegava com perigo para o trio de ataque tabelar e criar oportunidades de gol. Coube a ele ainda abrir o placar, aos dois minutos de jogo.

O primeiro gol, aliás, foi a chave para a vitória tranquila do Atlé­­tico. Ao longo da partida, o Rio Branco teve poucas chances, até porque se propôs a jogar com apenas um atacante e sofria com seis desfalques. O gol levado logo no início da partida complicou todos os planos do técnico Allan Aal.

Mesmo com o bom resultado, quem saiu da Vila Capanema em baixa foi Bruno Mineiro. O goleador do Furacão neste ano perdeu um pênalti, cochilou em algumas jogadas e saiu no intervalo. No lugar dele entrou Guerrón, que no primeiro lance deu a assistência para o segundo gol da equipe.

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Apesar de dois gols terem saído no segundo tempo, o técnico do Atlético Juan Ramón Carrasco, preferiu o desempenho da equipe na primeira etapa. "Nosso time teve ati­­tude, criou mais chances e isso nos deu uma boa vantagem", afirmou o uruguaio, que minimizou o pênalti perdido.

Carrasco reconheceu a boa atuação de Paulo Baier, mas descartou a possibilidade de promover o veterano ao time titular. "Ele é um jogador que organiza a equipe, mas não temos que forçá-lo a jogar sempre", comentou.

Invicta em casa, defesa atleticana reforça boa fase

A defesa atleticana mais uma vez se destacou na vitória de on­­tem. Os 3 a 0 sobre o Rio Branco confirmaram a boa fase do time, que ainda não levou gols jogando em casa neste ano – um total de sete partidas. Mais do que isso, os laterais também têm se mostrado fundamentais na campanha atleticana em 2012.

"Nosso objetivo é não levar gols, tanto dentro quanto fora de casa", disse o zagueiro Bruno Costa. O goleiro Rodolfo foi pou­­co exigido, mas fez duas de­­fesas difíceis no segundo tempo em chutes de longe. "O treinador sempre instrui os atacantes para voltar e ajudar na marcação e isso ajuda bastante a defesa", contou. Ele é o único do elen­­co que atuou em todos os minutos em que o Atlético esteve em campo nesta temporada.

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O zagueiro Gustavo considerou que a atuação defensiva foi boa principalmente porque os jogadores estiveram concentrados em evitar lances de perigo do Rio Branco.

"Ficamos sempre focados para evitar sustos. Se tivéssemos conseguido concluir com mais eficiência, poderia ter sido uma goleada histórica", afirmou.

Os quatro homens da linha defensiva também foram úteis no ataque. Vieram dos laterais os lançamentos longos para os dois primeiros gols.

Logo no início da partida, Héracles armou a ligação di­­reta com Bruno Furlan, que tocou para Harrison fazer. No começo do segundo tempo, a estratégia se repetiu. Foi a vez de o lateral-direito Pablo fazer um passe longo para Guerrón. O equatoriano deixou Marcinho na cara do gol para ampliar.