Ser reserva no futebol exige muita paciência. No caso do goleiro, que dificilmente entra no decorrer das partidas, a calma precisa ser ao quadrado. Se o jogador em questão tem história defendendo o clube, o drama se potencializa ainda mais. Caso o atleta tenha mais de 30 anos, seria uma desgraça. Mas essa lógica não cabe para Édson Bastos.
Ele é o terceiro arqueiro com mais jogos pelo Coritiba, com 203 partidas, e até leva a situação de suplente com humor. Bastos brinca que é o "capitão do banco de reservas" e, em alguns jogos, como o último contra o Corinthians-PR, vira quase um auxiliar técnico orientando e incentivando os companheiros de fora do gramado.
"Às vezes eu acabo me excedendo um pouco, mas isso é normal, até porque todos querem ganhar", admite o jogador, esboçando (quem sabe) um futuro com a planilha na mão.
O atleta, que só perde para Jairo (440) e Hamilton (233) em atuações de um goleiro com a camisa coxa-branca, consegue até sensibilizar o técnico Marcelo Oliveira. "Se não fosse talvez o Édson, eu não deixaria ficar gritando. Mas ele tem um comportamento profissional sensacional porque admitiu o valor do Vanderlei quando entrou, reconheceu que naquele momento ele não estava bem", conta o treinador.
Desde a segunda rodada do returno do Brasileiro de 2011 preterido no time titular e mesmo sabendo que começaria a temporada na mesma situação, Bastos renovou o contrato com o Coritiba. "Até dezembro pelo menos eu estou empregado", brinca. Tudo porque ele diz acreditar que pode dar mais para a torcida coxa-branca. "Eu tenho condições de jogar. Isso fez com que eu ficasse. Eu quero sair de uma forma diferente, tenho isso em mente. E isso passa, lógico, por estar jogando".
A final da Copa do Brasil do ano passado, com o título perdido para o Vasco no Couto Pereira com uma falha sua, ainda passa pela cabeça do goleiro. "Demorou para você martelar isso, hein?", protesta ao ser questionado, mas responde: "Até hoje passa um filme, não vou falar que não. Mas procuro trabalhar e esquecer. Só erra quem está ali dentro. Independentemente de ter acontecido comigo ou não, estou trabalhando da mesma forma, com a mesma seriedade e honestidade".
Bastos, como os outros goleiros, é normalmente o primeiro a chegar e o último a sair dos treinamentos. "Vontade de jogar todo mundo tem. Não sou diferente. Mas aqui tem uma hierarquia, um treinador que manda, um companheiro de trabalho que vive um bom momento. Então cabe a mim aguardar e esperar o meu momento novamente", diz.
Uma espera que, se ocorrerem mais vitórias, como todos inclusive Bastos querem, deve demorar ainda muito mais tempo para acabar.
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