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Itamar Schülle conseguiu o primeiro acesso da carreira no São Bento, clube fundado pela esposa Aline | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Itamar Schülle conseguiu o primeiro acesso da carreira no São Bento, clube fundado pela esposa Aline| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O título estadual conquistado pelo Operário foi o primeiro da carreira do técnico Itamar Schülle, de 48 anos. A equipe de Ponta Grossa foi a vigésima comandada pelo catarinense de Ituporanga, município de 22 mil habitantes a 163 km de Florianópolis. Mas nada disso seria possível sem uma incrível prova de amor da esposa.

Em 2002, pelo Alto Vale, de Rio do Sul-SC, Itamar estreou como técnico profissional após trabalhar em categorias de base. A experiência durou pouco. Demitido meses depois e sem perspectivas, o treinador cogitou abandonar a carreira. Foi então que Aline Schülle tomou uma atitude que revolucionaria a vida do casal.

Em 8 de abril de 2003, data do aniversário do marido, ela fundou e se tornou a primeira presidente do São Bento Futebol Clube, de São Bento do Sul, no Planalto Norte de Santa Catarina. “É complicado demais iniciar a carreira como técnico. Não conseguimos ninguém para abraçar o sonho dele. Eu abracei”, conta Aline.

A partir dali, a rotina da família virou do avesso. Aline acumulava a função de presidente com a de lavadora dos uniformes, de limpadora do escritório e de cuidadadora do gramado. Itamar construiu as arquibancadas do estádio, ia atrás de patrocínios e de alimentação para os jogadores. “Naquele ano, foi o primeiro acesso da carreira dele”, lembra a esposa.

A terceira colocação na Terceirona colocou o São Bento na Série A2 – um enorme feito para a cidade de pouca tradição no futebol. “Foi lá que tudo realmente começou. Estar aqui em Ponta Grossa, com tudo isso se realizando, é prova de que Deus existe. Da forma como tudo começou, chegar até aqui é uma benção”, orgulha-se Aline. “Às vezes me sinto psicóloga, amiga, mulher e companheira. Tinha momentos de calar, outros de falar. Esse é de comemorar”, vibra.

Após alguns anos, o São Bento encerrou suas atividades. Itamar não. Seguiu a carreira em clubes pequenos de Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul até chegar a Ponta Grossa nesta temporada depois de um bom trabalho no Novo Hamburgo-RS.

Agora, no melhor momento da carreira, a decisão sobre a permanência será tomada em família. Se depender da maior incetivadora, a torcida do Fantasma pode ficar esperançosa. “Amei Ponta Grossa. É um povo carinhoso, cidade boa e clima gostoso. Gostamos demais”, garante.

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