O Paranaense continua sendo antônimo de estabilidade quando o assunto são os técnicos de futebol. Na edição de 2013, após 11 rodadas, metade dos clubes já trocou de treinador. Em apenas um turno, a taxa de demissão é quase igual a da última temporada, quando nove comandantes foram sacados. Desta vez o número de degolados já chegou a sete.
Carlos Nunes e Richard Malka (Nacional), Lio Evaristo (Operário), Paulo Turra (Cianorte), Ney César (Paranavaí), Gassen Youssef (Rio Branco) e Zezito (Arapongas) deixaram seus clubes com o trabalho inacabado. No caso de Evaristo e de Malka, por vontade própria.
Somente Coritiba, Atlético, Paraná, Londrina, J. Malucelli e Toledo não alteraram o comando técnico. Destes, apenas o Porco não fechou o turno entre os cinco melhores.
Primeiro a cair no Estadual, Youssef reclama que é muito difícil encontrar estabilidade nos gramados paranaenses. No caso dele, a notícia veio logo na segunda rodada, após uma derrota por 6 a 0 em casa.
"Perdemos para o Londrina e me pediram para arranjar dois culpados. Respondi que não poderia fazer isso com o grupo e me dispensaram", contou o treinador, que segue desempregado.
A diretoria do Rio Branco nega a versão e diz que Youssef colocou o cargo à disposição após sentir que o elenco "não corria por ele", como frisa o presidente Fabiano Elias.
Para Malka, que assumiu o lanterna Nacional na sexta rodada e pediu a conta cinco jogos depois, o calendário é um dos vilões das demissões. Foram 11 rodadas em 41 dias média de 3,7 dias entre os jogos. "Assim, a mudança de técnico é mais do que natural. Quando o resultado não vem, a primeira peça que sai é o treinador", opina.
"A gente não tem varinha mágica, né?", concorda Zezito, que deixou o Arapongas após quatro partidas. "Geralmente [as diretorias] montam o time errado e não dão tempo para se trabalhar", continua ele, que justificou sua demissão por "conflitos internos".
Zezito voltou à dança das cadeiras, mas do lado contrário, na 11.ª rodada, quando assumiu o Paranavaí no lugar de Ney César. O índice de recontratação havia sido aberto pouco tempo antes, na 9.ª rodada, quando Paulo Turra acertou com o Fantasma.
Para os clubes, a resposta das demissões não é impaciência, nem falta de planejamento. "A gente avalia se realmente há necessidade de mudança. Às vezes o grupo não reage ao trabalho e é preciso um impacto, uma nova motivação", defende o gerente executivo de futebol do Operário, Pedro Henrique Poitevin.
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