Coxa muda o foco para a disputa da Copa do Brasil
Ao fim da vitória contra o Paranavaí, o Coritiba afinou o discurso de reforçar a atenção para o jogo contra o Nacional (AM), pela Copa do Brasil, na quinta-feira. O Alviverde joga em casa e precisa de uma vitória simples para avançar à segunda fase da competição.
"Já estamos concentrados para o jogo contra o Nacional, que será muito difícil", contou o goleiro Vanderlei. Na última quinta-feira, os times empataram sem gols em Manaus (AM), em partida em que o Coritiba teve uma atuação apagada.
O técnico Marcelo Oliveira disse que vai armar o Coxa para atacar a equipe amazonense. "O Coritiba de forma geral jogou bem hoje [ontem], mas aos poucos vamos ajustando. Agora temos que pensar na Copa do Brasil", planeja.
Opinião
Ciro Campos, repórter
Time precisa deixar de ser irregular
O Coritiba de ontem repetiu um defeito do ano passado. É como se fosse aquele aluno preguiçoso que só resolve estudar quando se vê em dificuldades para passar de ano. O adversário era o frágil Paranavaí, que entrou em campo no Couto Pereira preocupado em não perder de muito. Mas o Alviverde precisou sofrer para só depois reagir.
Mesmo que 2011 tenha ficado na história do Coxa pelas campanhas irrepreensíveis, é bom lembrar de momentos em que o time praticamente se desligava da partida. Se isso trazia complicações, minutos depois o time voltava à realidade, jogava bem e fazia os gols. Tal irregularidade dentro da mesma partida pode ser grave se do outro lado estiver um adversário forte.
A boa notícia para o torcedor alviverde é que o elenco tem superado os altos e baixos. A esperança aumenta com a boa volta de Anderson Aquino e a chegada de Roberto. Mais do que vencer a irregularidade, esses dois nomes mostraram ontem que podem derrotar outro ponto fraco do time: o vício nos cruzamentos.
O Coritiba precisou tomar um susto no segundo tempo para acordar e começar a jogar. A vitória de virada por 3 a 1 sobre o Paranavaí, ontem, no Couto Pereira confirmou o Alviverde com 100% de aproveitamento no segundo turno, campanha idêntica à do Londrina, líder pelo saldo de gols. Mais do que isso, a partida mostrou que o atual bicampeão deve apostar em outras formas de atacar, sem depender somente das bolas áreas. Fez isso e deu certo.
A amostra disso foi o primeiro tempo. O ritmo lento e os poucos lances de perigo tiveram como causa principal justamente a estratégia do Coritiba em insistir nos cruzamentos. Só que sem o grandalhão Marcel em campo, a defesa do Paranavaí não teve dificuldade em afastar o perigo da área.
O time do Noroeste veio com a proposta de empatar o jogo. Mas quando tocava a bola, mostrava mais organização contra um Coritiba ansioso e inseguro. No primeiro tempo a solução diante dos cruzamentos ineficazes foi chutar de longe. Na melhor chance, Lincoln e Anderson Aquino mandaram duas bolas no travessão no mesmo lance.
Depois de 45 minutos de apatia e sem gols, o "tranco" para o Coritiba se ligar e começar a jogar foi o gol do Paranavaí, no início do segundo tempo. "Acordamos depois que tomamos o gol. Se jogarmos pressionando, não tem como ganhar da gente aqui no Couto Pereira. Tem que ser assim daqui para frente", disse o meia Everton Ribeiro.
A desvantagem fez o técnico do Alviverde, Marcelo Oliveira, a colocar Geraldo em campo e, mais do que isso, despertou no elenco o espírito de se reinventar. A saída foi apostar em toques rápidos e movimentação em vez dos manjados cruzamentos.
A tática teve resposta rápida. Aos 13 minutos Anderson Aquino se deslocou e recebeu passe de Roberto para empatar. Aos 25 minutos, o substituto Geraldo fez linda jogada pelo lado esquerdo, entortou a defesa do Vermelhinho e rolou para Lincoln virar. "Viemos para buscar o empate, mas o Coritiba veio para cima e conseguiu virar", lamentou o goleiro Rudi, do Paranavaí.
Depois disso o jogo ficou sob controle do Alviverde. O resultado passou a ser administrado e o time relaxou. Tanto é que o terceiro gol, marcado aos 35 minutos, saiu da tradicional receita de bola alçada na área. Lincoln colocou na cabeça de Emerson, que definiu o placar com o seu sexto gol no ano.
"Fica um sentimento positivo de que entramos em campo e fizemos a coisa certa", disse Geraldo. O treinador Marcelo Oliveira destacou o empenho coletivo do time em buscar o resultado. "Tivemos dificuldades, mas pressionamos muito e conseguimos derrotar um adversário que jogou muito fechado", destacou o técnico.
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