Adversário
Londrina joga com o regulamento para preservar "gordura"
Cícero Bittencourt, especial para a Gazeta do Povo
Três pontos à frente do Coritiba no segundo turno do Paranaense (15 a 12), o Londrina vai entrar em campo hoje no Couto Pereira com o regulamento debaixo do braço. Ou seja, um empate será muito comemorado. "Não há dúvida que o empate é um bom resultado. Se vier a vitória será fantástico, mas por mais que o Coritiba não esteja em um bom momento, ainda é uma equipe muito forte e a torcida espera uma reposta deles. Vai ser um jogo complicado", revelou o técnico Cláudio Tencatti.
Assim, manter no mínimo a vantagem sobre o Coxa é o principal objetivo do LEC. Cauteloso, o treinador afirmou que irá fazer alterações táticas no time, mas preferiu não revelar quem serão os 11 titulares.
O único desfalque certo é o atacante Alexandre Oliveira, ex-Coxa, que sofreu uma lesão muscular e nem acompanhou a delegação. Warley é o favorito para ocupar a vaga. "É um jogo decisivo, tanto para nós quanto para o Coritiba. Temos ainda uma gordura para queimar, mas não queremos gastá-la", explicou Tencatti.
Apesar do bom futebol apresentado pelo Tubarão nesta segunda fase do Paranaense, com cinco vitórias em cinco jogos, 15 gols marcados e nenhum sofrido, a principal aposta do time deverá ser nos contra-ataques. "Sabemos que vai ser difícil. Temos de entrar com vontade, correndo muito, marcando e aproveitando as oportunidades que tivermos", declarou o lateral-direito Ayrton.
A situação do Coritiba é crítica no Paranaense. A posição na tabela do returno, delicada. E as atuações do time não convencem. Com esse panorama até então atípico para o contexto vitorioso da equipe comandada por Marcelo Oliveira no ano passado, apenas uma goleada por cinco gols de diferença contra o Londrina às 19h30, no Couto Pereira serviria para apagar de vez o princípio de incêndio que se precipita no Alto da Glória.
Uma vitória simples, contudo, já servirá para estabilizar o ambiente, ao menos até as próximas rodadas. A derrota para o Arapongas, por 2 a 0, não deixou o Alviverde apenas em dificuldades na competição, mas fragilizou o time na tabela. O triunfo sobre o Tubarão, que tem 100% de aproveitamento no segundo turno, surge como uma cartada decisiva para o Coxa.
O time de Cláudio Tencati fez 15 pontos em cinco jogos. É líder com o melhor ataque desta fase (15 gols), e tem a melhor defesa (não sofreu gols). Um contraste forte em relação ao Coxa. Com 12 pontos, o Alviverde também precisa descontar a diferença de nove gols de saldo para depender apenas dele na luta pelo título do returno que levará à final do Estadual com o Atlético.
"Acho improvável [vencer de goleada]", afirma o técnico Marcelo Oliveira. "Acho que não é o caso nem de se entrar pensando que vamos fazer cinco gols. Mas no futebol tudo é possível. Nossa esperança é de ganhar o jogo e produzir mais, de criar uma expectativa nova, de conseguirmos um time mais equilibrado, mais competitivo e termos mais inspiração."
As dificuldades do Coritiba são tão evidentes que uma simples olhada na tabela de artilheiros do time revela o desempenho inconstante dos setores da equipe. O vice-goleador, por exemplo, é o zagueiro Emerson, que tem seis gols e não vai jogar porque cumpre suspensão automática. A marca dele, entretanto, equivale à soma de bolas na rede de todo o ataque alviverde. Dos cinco jogadores do setor, apenas Marcel com quatro, Caio e Anderson Aquino com um cada, marcaram o artilheiro do time é o meia Lincoln, com sete. Já a defesa "goleadora" tem média de um gol sofrido no returno.
"A cobrança sempre existe, pois todo mundo sabe que a torcida cobra. Mas vai dar certo, vai dar certo...", diz o volante Willian, que pode ser uma das novidades do time. Outro atleta que entra é Démerson, exatamente no lugar do expulso Emerson. "Ninguém quer perder, mas a derrota uma hora ou outra ia acontecer. O importante é levantar a cabeça e pensar no Londrina que é o nosso adversário direto na briga pelo segundo turno", fala o defensor.
Marcelo Oliveira não revelou a equipe titular. Ontem, fez mais um treino fechado para tentar acertar uma formação que possa mostrar criatividade, organização e equilíbrio. O treinador admite a dificuldade em encontrar o time ideal, e indica que um dos motivos é exatamente as mudanças constantes na escalação.
"Futebol tem disso. Às vezes você tira um ou outro jogador e o time se desorganizada, se perde muito. Às vezes uma ou duas peças se encaixam e o time produz mais. E, realmente, ou por contusão, por opção ou convicção, tivemos de mudar", explica. "Tenho convicção de que neste ano alternamos muito. E, embora tivemos coisas boas, ainda não encaixamos aquele time que nos de equilíbrio no jogo todo", analisa o técnico, que ontem teve outro problema: Renan Oliveira, com dores de joelho, foi vetado.
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