O Atlético confirmou nesta terça-feira (10) a contratação de Paulo Carneiro como novo diretor de futebol remunerado. O cargo estava vago desde a saída de Antonio Lopes, em junho. Na segunda-feira (9) o dirigente já foi apresentado aos jogadores no CT do Caju e chegou com a missão de ser a ligação entre elenco, comissão técnica e clube.
“O clube, patrimonialmente, deu um grande salto qualitativo com a conclusão do estádio. O objetivo é fazer com que o futebol alcance este nível internacional. O Atlético oferece todas as ferramentas, e até mais do que isso, para o desenvolvimento do trabalho”, afirmou ao site oficial.
Engenheiro mecânico, 64 anos, Carneiro foi presidente do Vitória de 1988 a 2005. Na primeira metade, conduziu o clube ao seu período mais glorioso, o que alavancou sua carreira política – foi vereador em Salvador e deputado estadual. No fim, porém, caiu com o Leão para a Série C do Brasileiro. Em uma das maiores polêmicas da história do futebol baiano, assumiu a direção de futebol do rival Bahia no fim de 2008. Conheça algumas histórias e polêmicas do novo homem-forte do futebol atleticano, que também passou por Volta Redonda e Bahia de Feira.
Época de ouro do Vitória
Paulo Carneiro assumiu a presidência do Vitória em 1988, ano em que a distância para o rival Bahia era a maior na história. Enquanto o Leão da Barra jogava a Segunda Divisão do Brasileiro, o Tricolor de Aço era campeão na Série A. Um forte investimento em estrutura e nas categorias de base pavimentou a reação rubro-negra nos anos 90. Foram cinco títulos estaduais entre 1990 e 97 e o vice-campeonato nacional em 1993. Período em que o Vitória revelou jogadores como Dida, Vampeta, Alex Alves, Rodrigo e Paulo Isidoro. A partir dali, o Vitória tornou-se referência na formação de atletas.
O tiro no pé da S/A
Em 2000, o Vitória associou-se ao argentino Exxel Group e virou em sociedade anônima. O Exxel pagou US$ 6 milhões para adquirir 51% das ações do clube e ter direito a voto. Recebeu ativos como direitos de jogadores e cotas de patrocínio. O Vitória, por sua vez, perdeu benefícios fiscais comuns a clubes de futebol – entidades sem fins lucrativos. Em 2004, o clube recomprou sua parte por US$ 7,5 milhões. No fim do mesmo ano, com as finanças combalidas, o Leão da Barra caiu para a Série B. No ano seguinte, foi para a C do Brasileiro.
Racismo contra Felipe
Logo após o rebaixamento para a Série C, Paulo Carneiro fez duras críticas ao goleiro Felipe, que depois defenderia Corinthians e Flamengo. Felipe chegou a processar o dirigente, a quem acusou de tê-lo chamado de macaco e de entregar o jogo que rebaixou o clube.
Processo contra o ex-clube
Após deixar a presidência do Vitória, Carneiro entrou na Justiça contra o ex-clube. Ele cobrava R$ 2 milhões em remuneração pelo período em que foi presidente da S/A. A Justiça não acatou o pedido. No mesmo processo, Carneiro cobrou R$ 820 mil pela prestação de assessoria jurídica ao clube, feita pela empresa que ele mantinha junto com a esposa.
Agressão a jornalista
Após uma das audiências do processo contra o Vitória, em 2008, Paulo Carneiro deu dois empurrões em um jornalista baiano que perguntava da ação contra o clube. Com uma relação complicada com parte da imprensa baiana, Carneiro chegou a dizer ter dois inimigos na crônica esportiva do seu estado.
No rival por dinheiro
No fim de 2008, Paulo Carneiro assumiu a direção de futebol do Bahia. Ficou no rival por um ano, recebendo salário de R$ 60 mil. Foi o dinheiro, aliás, que o motivou a virar a casaca. “Entrei no Bahia pra ganhar dinheiro. Os caras entraram na minha casa com uma mala cheia de dinheiro, o que você faria? Fiz uma proposta para eles se mandarem da minha casa, mas eles aceitaram. Eu perdi prestígio com o torcedor do Vitória. Isso foi ruim. Mas ganhei dinheiro”, disse em entrevista ao jornal A Tarde, em 2013.
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