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R$ 700 mil

Em 2011, a FPF recorreu à Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) para evitar o leilão do Pinheirão. Os R$ 700 mil empenhados já foram liquidados, assim como os empréstimos feitos junto à loja de artigos esportivos do próprio presidente Hélio Cury (R$ 500 mil) e a ele como pessoa física (R$ 100 mil). No entanto, o dirigente voltou a emprestar R$ 100 mil à FPF no ano passado, valor ainda não devolvido. Para esta operação, vale a atualização monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais juros de 0,5% ao mês – em fevereiro deste ano, o INPC foi de 0,52%.

A Federação Paranaense de Futebol (FPF) voltou a fechar no vermelho. No relatório de atividades relativo a 2012, apresentado ontem a cerca de 20 representantes de clubes, a entidade demonstrou ter encerrado o ano com R$ 15,5 milhões de déficit – no exercício anterior, houve superávit de R$ 1,4 milhão.

O resultado negativo deve-se, curiosamente, ao leilão do Pinheirão – desativada desde 2007 por ordem judicial – e da sede da FPF.

Apesar de ter levado R$ 61,8 milhões com as vendas do patrimônio – R$ 57,5 milhões do Pinheirão, R$ 2 milhões da sede e R$ 2,3 milhões de correção –, o valor foi abaixo do avaliado anteriormente, que era de R$ 78,9 milhões.

Exatamente essa diferença determinou o sinal negativo ao balanço. Não fosse essa discrepância, a Federação teria saído de 2012 no azul, com um superávit bem próximo ao anterior: R$ 1,5 milhão.

"Lá se vai o patrimônio. Infelizmente perdemos esse patrimônio, mas se não fosse isso, teríamos de fechar a Federação. Era entregar a chave e ir embora", afirmou o presidente da FPF, Hélio Cury, à Gazeta do Povo.

"O Pinheirão foi vendido na segunda praça [leilão], com valor menor [que avaliávamos]. Não foi o melhor, nem o pior", classificou.

Sem a praça esportiva e a sede constando no patrimônio, as contas dos bens da entidade somam agora pouco mais de R$ 400 mil, entre equipamentos, móveis, utensílios, veículos e terminais telefônicos.

O déficit, porém, tem lá seu lado positivo. Os R$ 61,8 milhões advindos dos leilões – valor que está depositado em juízo – vão servir para pagar praticamente todas as dívidas da Federação, dos mais variados tipos: pendências trabalhistas, tributárias, cíveis e processos judiciais.

De acordo com o balanço, a dívida é de R$ 64,4 milhões – o que representa um acréscimo de R$ 2,4 milhões em relação ao exercício anterior.

A Federação ainda tenta reduzir o total da dívida, já que contesta alguns valores e tenta sair no "lucro" com as pendências.

"O dinheiro está em juízo e foi desmembrado para as ações que estão andando. E estamos trabalhando para conseguir provar que alguns valores estão fora da realidade, para conseguirmos baixar e ficar com um pouco para a Federação", completou Cury.

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