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O jogo

A partida começou com os dois times presos na marcação e buscando o ataque apenas nas bolas longas, partindo da defesa para o ataque, sem participação dos jogadores de meio de campo. Aos poucos o jogo ficou mais solto, mas raras ocasiões de gol de ambos os lados. Na volta do intervalo, o Atletiba esquentou e os goleiros se tornaram protagonistas do clássico. O Atlético teve as melhores oportunidades de definir a partida, mas assim como o Coritiba, não conseguiu converter em gol – méritos de Rodolfo e Vanderlei. Chegando ao final do confronto, a aposta se tornou a bola parada. Mesmo assim, o primeiro clássico do ano terminou empatado.

O Atletiba 349, disputado ontem à noite, na Vila Capanema, foi um clássico para ser esquecido. Não teve bom senso. Não teve entendimento. Não teve um público grande. Não teve comemoração de gols (0 x 0). Não teve paz.

Tudo começou em novembro do ano passado, quando a Federação Paranaense de Futebol (FPF) publicou a tabela do Esta­­dual. Estava lá: Atlético e Coritiba agendado para uma insólita Quarta-Feira de Cinzas, à noite, sob a justificativa de que não havia outra data.

A medida tomada por Hélio Cury e Amilton Stival, presidente e vice da FPF, serviu de fundamento para outra que acabou marcando a história do confronto. Preocupado com a segurança, o Atlético sugeriu, e Coritiba e Ministério Público concordaram, que apenas uma torcida poderia comparecer.

Como mandante da partida, somente os atleticanos assistiram ao jogo – e em número bastante reduzido. Estiveram no Durival Britto 6.621 rubro-negros, 5.397 pagantes. Desde 2003, um Atletiba importante não recebia menos de 12 mil pessoas.

Os alviverdes, conforme o combinado, ficaram de fora – no segundo turno, a lógica (?) deve se inverter. Restou então, acompanhar o duelo pela televisão (paga) ou voltar aos velhos tempos de ouvido colado no radinho.

"Foi bem diferente não escutar a nossa torcida. Sentimos falta, entramos em campo pensando em cada torcedor. Mas no próximo clássico, lá no Couto Pereira, esperamos fazer a festa com eles", declarou o zagueiro coxa-branca Emerson.

O repórter da rádio Banda B, Osmar Antônio, também não pôde entrar na praça esportiva. Mas por outro motivo. O credenciamento do profissional acabou barrado pelo Furacão, sem qualquer esclarecimento.

O Atletiba sem contrastes na arquibancada, entretanto, não evitou que vários episódios de violência fossem registrados – pelas ruas da cidade, durante toda a noite, vários delitos foram registrados pela polícia tendo como estopim a rivalidade esportiva.

Tantos foram os fatos lamentáveis que, daqui a alguns anos ninguém vai lembrar que, no gramado, a disputa foi quente. Os times dos técnicos Juan Carrasco e Marcelo Oliveira se lançaram ao ataque e criaram diversas oportunidades de gol. Mas bola na rede que é bom... nada.

Para piorar, o resultado ainda deixou a dupla refém do Cianorte. Ao final da noite, a equipe do interior bateu o Londrina em casa (2 a 0) e agora depende de si para levantar o título do primeiro turno.

"Foi um empate ruim para todo mundo. Pode nos custar o turno. Mas agora já aconteceu, não adianta lamentar", disse o zagueiro atleticano Gustavo.

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