A partida que define o campeão do primeiro turno do Estadual, no próximo domingo, traz não apenas o Londrina de volta à briga por um título da divisão de elite, mas também coloca novamente o estádio do Café como palco principal de um jogo decisivo.
Inaugurada em 1976, em duelo entre Tubarão e Flamengo com mais de 40 mil espectadores, a praça esportiva se acostumou nos últimos anos a abrigar públicos modestos e a vivenciar longos períodos sem jogos de futebol.
O objetivo estabelecido pela diretoria do LEC para a partida contra o Coritiba é de um público de 20 mil pessoas até o início da noite de ontem, 13.800 entradas haviam sido comercializadas. O desafio é ousado levando-se em conta o histórico recente do Café.
A última vez que o local recebeu um número de torcedores deste porte foi há pouco mais de 11 anos. Diante do Cruzeiro, na Copa do Brasil, 28 mil fãs do Tubarão viram o time da casa superar os mineiros por 1 a 0.
Desde que a parceria com a SM Sports que busca reerguer o clube foi estabelecida, a maior ocupação ocorreu na final da Divisão de Acesso de 2011: 8.030 pessoas na partida contra o Toledo. Mesmo com a boa campanha da equipe em casa nesta edição do Paranaense quatro vitórias e um empate , a média também não empolga: apenas 2.817 pagantes.
A esperança de dirigentes esportivos da cidade e dos torcedores é que a disputa da taça não represente somente um momento de exceção, mas sim um marco para que o Café esteja constantemente lotado.
"O público londrinense é exigente e ficamos muito tempo sem o time mostrar qualidade. Isso esvaziou o estádio. Creio que um título pode fazer com que a média de público aumente muito", avalia o ex-atacante Élber, atual presidente da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), a secretaria de esportes da cidade, responsável por administrar a praça esportiva.
Élber marcou seu primeiro gol como profissional no Café, em 1990. Na época, além de habituado a públicos maiores, a falta de calendário não era um problema para o clube. Diferente da realidade atual.
A falta de jogos ao longo de toda a temporada é outro obstáculo que o estádio enfrenta. No ano passado, por exemplo, o local recebeu partidas apenas até o mês de julho, quando acabou a Série Prata do Estadual.
Foram somente 29 partidas, com Londrina, Junior Team e Cincão como mandantes. "O estádio passa muito tempo desocupado. Os jogos param, mas manutenção tem de ocorrer durante todo o ano", diz Cidmar Ernegas, diretor de apoio logístico da FEL.
O título do turno contra o Coxa praticamente garante o Tubarão na Série D deste ano e na Copa do Brasil de 2014 o que ajudará no processo de ressurreição do Café.
O Londrina paga R$ 2 mil para locar o estádio. O pensamento é simples: quanto mais partidas, mais dinheiro com o aluguel e mais recursos para serem aplicados em melhorias no estádio, como a troca do gramado, por exemplo, considerada uma das demandas mais urgentes.
"Vai ser uma grande festa no domingo, mas não queremos que seja a única", fala Élber, otimista em relação a novos tempos para o Café.
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