Confira a ficha técnica da partida| Foto:

Clube reforça boicote à repórter

Lara Mota, especial para a Gazeta do Povo

Depois de negar o credenciamento no Atletiba ao repórter Osmar Antônio, da rádio Banda B, a diretoria atleticana deu mais força à polêmica. Como o credenciamento desta vez ficou a cargo do mandante Paranavaí, o Rubro-Negro proibiu que os jogadores dessem entrevistas ao mesmo repórter após o jogo contra o ACP, no Waldemiro Vagner. De acordo com um comunicado distribuído pela rádio, os jogadores foram orientados pela assessoria de imprensa do clube a ignorar as perguntas vindas do repórter, que também não participou da entrevista coletiva concedida após o jogo.

Os assessores do Atlético não responderam às ligações da reportagem da Gazeta do Povo. O diretor de marketing do clube, Mauro Holzmann, também não foi localizado. Segundo ele, o motivo do veto seria uma suposta campanha do radialista a favor de Diogo Fadel, derrotado na eleição pelo presidente Mario Celso Petraglia. Pelo mesmo motivo, a organizada Ultras estaria proibida de levar material alusivo à uniformizada nos jogos com mando do Furacão.

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Opinião

No caminho certo

Cícero Bittencourt, repórter

Surpreendente. Assim se pode definir a campanha do Atlético. Ao contrário do que todos imaginavam, o Rubro-Negro chegou ao fim da primeira fase com a vaga na final debaixo do braço, superando os problemas por jogar longe da Arena e em uma fase de mais tranquilidade e efetividade em campo do que o rival Coritiba.

Os méritos para os feitos passam, primeiramente, pela capacidade do técnico Ramón Carrasco. Mesmo cercado de folclore e desconfiança, o uruguaio tomou as rédeas do grupo e fez os jogadores atuarem da forma como ele vê o futebol. A ofensividade atleticana e, ao mesmo tempo, a consistência defensiva trouxeram as vitórias que a equipe precisava para acalmar os ânimos no CT do Caju e dar confiança para Carrasco seguir com sua filosofia. A conquista não garante nada, mas aponta que as coisas na Baixada estão no caminho certo.

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Quase três meses após ser rebaixado para a Segunda Divisão do Brasileiro, o Atlético conquistou o primeiro turno do Paranaense e cumpriu a primeira etapa da árdua tarefa de dar a volta por cima. A vitória por 3 a 1 contra o Paranavaí, fora de casa, e o empate entre Arapongas e Cianorte, por 1 a 1, coroaram ontem à tarde uma campanha que reconstruiu um time que terminou 2011 esfacelado.

Com oito vitórias, dois empates e uma derrota, o Rubro-Negro somou 26 pontos em 11 jogos e teve a melhor defesa da competição, com apenas cinco gols sofridos, e o segundo melhor ataque, com 26. Além de garantir uma vaga em caso de decisão – se vencer o segundo turno, o Furacão é campeão direto – a conquista serviu para resgatar a autoestima da torcida e dos próprios jogadores. De time cercado de desconfiança, o Atlético concluiu a primeira fase como a equipe que apresentou o melhor futebol do campeonato.

Os ingredientes para a mudança foram sendo adicionados aos poucos. A filosofia ofensiva do técnico Juan Ramón Carrasco, que adotou um esquema com três atacantes, tem sido a base do sucesso. Jogando da mesma maneira, tanto dentro quanto fora de casa, o Furacão conseguiu criar um padrão e dar ritmo a jogadores, até então, renegados.

Os atacantes Bruno Mineiro, que terminou o primeiro turno como artilheiro com oito gols – ao lado de Henrique, do Cianorte – Bruno Furlán e Ricardinho ressurgiram após seguidos empréstimos para outras equipes e se consolidaram à frente da postura exigida pelo uruguaio.

A aposta nos jovens também tem surtido efeito. Ao todo, 60% do atual grupo é formado nos campos do CT do Caju. A juventude, mesclada com a experiência de jogadores como Marcinho e Ligüera, formou um caldo diferente. "Estamos construindo uma equipe e isso leva tempo, infelizmente o futebol não nos permite esperar muito, por isso os resultados são tão importantes", declarou o diretor de futebol do clube, Sandro Orlandelli.

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No entanto, apesar da euforia, os próprios jogadores sabem que ainda há um longo caminho a percorrer para consolidar a reconstrução. "Estamos começando o ano bem. Isso dá mais moral e tranquilidade para os garotos, porque sabemos que o caminho é longo", alertou o meia Marcinho.

O próximo desafio já será na próxima quarta-feira, contra o Londrina, no Estádio do Café, na largada do segundo turno.

VestiárioJovens comandam a reação

Se no início do ano a responsabilidade para a difícil temporada atleticana tinha tudo para cair sobre os ombros de veteranos, como Paulo Baier, Marcinho e Guerrón, após o fim do primeiro turno, ao que tudo indica, serão os garotos que deverão segurar a bronca. Com personalidade, jovens como o volante Deivid, o zagueiro Manoel e o lateral-esquerdo Heracles, têm sido os líderes rubro-negros dentro de campo.

Apesar do esquema de rodízio da braçadeira de capitão, Manoel foi o escolhido para levantar a taça após a vitória contra o Paranavaí. O "comandante", que fez aniversário ontem, espantou a euforia e preferiu manter os pés no chão após a conquista. "É um princípio de um trabalho, de um projeto que o Atlético tem para 2012. Temos que continuar lutando, porque se conseguirmos conquistar o segundo turno será melhor ainda", afirmou o zagueiro, de 22 anos.

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