A capacidade de atrair os indecisos determinará se Hélio Cury ou Ricardo Gomyde terá a maioria dos clubes profissionais do estado ao seu lado na eleição da Federação Paranaense de Futebol (FPF), prevista para a segunda quinzena de março. A Gazeta do Povo ouviu 19 clubes profissionais (cerca de um terço do colégio eleitoral) para saber quem eles apoiam e por que na eleição. Oito disseram estar indecisos ou preferiram não abrir seu apoio. Entre quem se posicionou, equilíbrio: sete ao lado de Gomyde e quatro com Cury.
Antes mesmo de se traduzir em voto, a adesão dos clubes é fundamental para a própria inscrição da chapa. O estatuto da entidade exige que cada candidatura tenha a subscrição de 30 entidades habilitadas a participar da eleição. Por isso a corrida dos candidatos para convencer cada clube a abraçar seus projetos.
“Clubes de cidade pequena precisam de um apoio maior. Faltam recursos, falta interesse dos patrocinadores, e às vezes temos de tirar dinheiro do próprio bolso”, afirma o presidente do Nacional de Rolândia, José Danilson Alves de Oliveira, que ainda está avaliando os planos dos candidatos.
Entre os indecisos também está o presidente do Prudentópolis, Valdir Luiz Cagnini, que apontou a necessidade de apresentar projetos efetivos de melhorias ao invés de apenas prometer mudanças. “Temos gasto de R$ 1 milhão por campeonato e recebemos apenas R$ 280 mil. Queremos garantias de que teremos verbas maiores para viagens e hospedagens”, reivindica.
Na capital, os quatro clubes já se posicionaram. Atlético, Coritiba e Paraná fecharam com Gomyde, aliança consolidada em entrevista coletiva realizada segunda-feira (23), em Curitiba. “Queremos uma Federação forte, que trabalhe em conjunto com a CBF e traga melhorias aos clubes pequenos, principalmente do futebol amador”, justificou o presidente do Coritiba, Rogério Bacellar. “Sou contrário a pessoas que tentam se eleger a todos os cargos possíveis. O futebol deve ser dirigido por pessoas que são do meio”, diz Joel Malucelli, presidente de honra do J. Malucelli, único clube de Curitiba ao lado de Cury. A alusão do dirigente é ao fato de Gomyde, que já foi deputado federal, ter disputado eleições majoritárias para vereador, prefeito e senador.
Sérgio Malucelli, gestor da principal força do interior, o Londrina, preferiu não cravar o voto. Mas diz que tende a ir com Cury. “Não concordo com os apoios que o candidato da oposição vem recebendo, como o do Mario Celso Petraglia [presidente do Atlético]”, aponta.
O presidente do Pato Branco, que disputa a Divisão de Acesso, Gilmar Pedro Rezende, vai com Gomyde. “A Federação precisa de mudança”, defende.
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