Foi justa a demissão de Cristóvão Borges no Atlético?
Foi justa. Ele perdeu toda a pré-temporada. O Atlético foi mal em todos os jogos de 2016 até agora. É um time sem jogada ofensiva trabalhada, sem sintonia alguma entre alas, meio e ataque. A diretoria até fez a parte dela, contratou jogadores e manteve a base de 2015. Cristóvão foi de fato uma decepção.
Não foi justa. Agora, sem dúvida alguma, está dentro da normalidade no futebol brasileiro, sobretudo do Atlético. Apesar de o clube sempre dizer que o Estadual não vale nada, acaba dispensando um treinador por maus resultados no regional. É contraditório. Deveria dar mais tempo, apesar do trabalho no máximo irregular até o momento.
A diretoria do Atlético deu tempo suficiente para o Cristóvão dar jeito no time e ele não conseguiu. Então, a resposta é sim. O Cristóvão não conseguiu ajustar a casa. Já estava naquela fase de fazer experiências sem nexo. Meio perdido. Quando acontece isso, tem de mexer.
Gilson Kleina corre algum risco no clássico?
Corre muito risco, muito risco. Eu tinha uma boa expectativa com o trabalho dele no Coritiba, mas o Kleina não vem bem. Mostra-se indeciso, inseguro, seu meio-campo é um emaranhado de jogadores de médio para ruim e o ataque é dependente do Kléber. Ele está em situação delicada.
A chapa está quente... Tanto na política como no futebol a guilhotina ficou bem afiada. É tempo de pouca tolerância. Se perder, cai. É a mesma lógica de raciocínio usada pelo Atlético para demitir o Cristóvão. A torcida vai cobrar, a diretoria tende a ceder à pressão.
O Gilson não contará com o seu principal jogador, o Kléber. E isso faz diferença. Só para citar o exemplo do Cristóvão, o Atlético jogava sempre mal, mesmo quando não perdia; e o Coritiba é um time com e outro sem o seu goleador – e isso deveria ser levado em conta. Agora, ele fica ameçado em caso de tropeço domingo (6). Não sei se isso passa pela cabeça da diretoria e torcida, mas tenho essa impressão: corre muito risco.
É possível dizer que o Paraná é o favorito ao título?
É cedo. Tem de ser honesto com a torcida do Paraná. O time foi amplamente dominado pelo Atlético no clássico, por exemplo – mesmo quando estava 11 contra 11. Não dá para se iludir. O Paraná está se aproveitando da fase medíocre dos seus grandes rivais. Se fosse ponto corrido, tudo bem, mas pode perder facilmente um duelo eliminatório para o Atlético, Coritiba e até o Londrina. Os paranistas precisam colocar o pé no chão.
De forma alguma. A primeira fase é um campeonato, o mata-mata é outro. Atlético e Coritiba podem crescer nos jogos eliminatórios e passar por cima de todo mundo. O Paraná precisa manter o foco de ajustar o time para a Série B, sem empolgação.
De jeito nenhum. Não estamos falando de um campeonato de regularidade. Na hora do mata-mata, muitas vezes um time consegue surpreender. Em um lance fortuito pode uma zebra eliminar o time de melhor campanha.
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