Depois de uma intensa briga na Justiça comum e desportiva, parecia que sexta-feira (20) tudo se encaminharia para uma disputa normal na eleição à presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF). A Justiça comum havia acatado o pedido da chapa de oposição, de Ricardo Gomyde, para participar da eleição. Já o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) havia derrubado a suspensão sobre o atual presidente licenciado, Hélio Cury, que poderia ser interpretada como fator impeditivo para ele participar da eleição.
Mas eis que no fim do dia, uma ação movida por Atlético, Coritiba e Paraná, aliados de Gomyde, que corria por fora, suspendeu a eleição que aconteceria neste sábado (21). Na verdade, o trio de ferro queria a suspensão de toda a Assembleia, incluindo a apresentação de relatórios e a prestação de contas, que ocorrerão normalmente. Conseguiu somente suspender a eleição, em decisão do juiz Austregésilo Trevisan, da 17ª Vara Civel de Curitiba. No despacho, o juiz justificou que o pleito não foi convocado “mediante edital publicado em órgão da imprensa de grande circulação, por três vezes”.
O advogado Juliano Tetto, um dos vice-presidentes da chapa de Gomyde, garante que o pedido de suspensão não foi feito por medo de uma possível derrota.“Continuamos achando que vamos ganhar”, disse. “Só queremos que o processo seja realizado de maneira correta do início ao fim”, explica Tetto.
Emerson Fukushima, advogado da chapa de Cury, lamentou a decisão e afirmou ser um desrespeito aos dirigentes dos clubes que vieram do interior para votar. “O Gomyde ingressou com a ação para garantir que a chapa dele pudesse participar e conseguiu a liminar. A Federação estava pronta para as eleições. E de forma incoerente, Atlético, Coritiba e Paraná, que apoiam o Gomyde, suspendem as eleições na véspera, por um suposto vício formal que não causa absolutamente nenhum prejuízo a qualquer um dos filiados e aos candidatos”, critica Fukushima.
Não fosse a suspensão, na manhã deste sábado chegaria ao fim a batalha que se desenrola nos bastidores. Clubes que começaram apoiando Cury passaram para o lado de Gomyde e voltaram para os braços do presidente da FPF.
Lances de chantagem e retaliação explícita, como a retirada de cinco jogadores que o Atlético havia emprestado ao Foz do Iguaçu, após o clube se recusar a apoiar Gomyde.
Outro exemplo foi o Conselho Eleitoral totalmente eleito por Cury, que recusou a inscrição de vice-presidentes de Gomyde por entregarem comprovantes de residência emitidos com datas superiores a 60 dias. Ao mesmo Conselho, tentou-se dar uma legitimidade inexistente ao afirmar que seus membros foram indicados pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR). O presidente da OAB-PR, Juliano Breda, desmentiu a informação.
Do lado de Gomyde, ficou a sensação de incoerência ao suspender, não diretamente, mas por meio de aliados, uma eleição pela qual lutou tanto para participar. Seu staff disse ter garantido mais de 30 votos, o suficiente para vencer . Então por que não participar da eleição? A resposta fica para os próximos capítulos.
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