Bastou caminhar um pouco pelas ruas de Londrina e não demorou para se ouvir as palavras "final", "Tubarão" ou "título". Os termos se intensificaram no vocabulário da população na última semana e refletem a ansiedade dos londrinenses com a decisão do primeiro turno do Estadual, hoje, às 16h, entre o time da casa e o Coritiba.
A expectativa pelo duelo decisivo no Estádio do Café não é à toa. Desde 1992 ano em que conquistou o Paranaense os fãs do Tubarão não sentem o gosto de uma conquista na divisão de elite. Tanto que a expectativa é de que 30 mil pessoas estejam hoje no principal estádio do interior do Paraná
Pior do que isso. Viram a equipe ser rebaixada para a Segundona estadual em 1998 e, mais recentemente, em 2009. No ano seguinte, aliás, apenas um ponto separou o LEC da Terceira Divisão regional. O histórico recente de decepções faz com que a chance de voltar a decidir um título depois de 21 anos seja ainda mais valorizada.
A cidade e os torcedores estão novamente em lua de mel com o Tubarão. Nas rádios, predominaram os anúncios sobre a partida com o Coxa. Nas redes sociais, vídeos com imagens históricas e de incentivo ao time se espalharam.
As cinco lojas de venda oficial da camisa do clube tiveram os estoques esgotados já na última quarta. Hoje, ônibus extras em direção ao Café serão disponibilizados o local deve receber o maior público dos últimos 11 anos: perto de 20 mil fãs.
O segurança João Bispo é um dos torcedores que decidiu dar uma "nova chance" ao time do coração. Depois de quatro anos sem ir às arquibancadas, ele optou por acompanhar de perto a luta pelo título do turno.
"Os últimos tempos foram difíceis, mas, com essa equipe e com a boa fase de agora, eu e muitos outros estamos voltando a ver o time de perto. E a torcida vai fazer a diferença", acredita.
Jurandir do Carmo, de 57 anos, não deixou de ir ao Café mesmo com a má fase. Com o ingresso garantindo para mais um jogo este considerado especial espera que a torcida empurre a equipe para cima do Coxa.
"Vivemos um momento de esperança de renovação do clube. A segunda maior cidade do estado precisa de um time forte. Sei que vamos deixar muita gente da capital triste. O Coritiba vai ficar a ver navios", provoca.
Bispo e Jurandir eram dois dos 26.500 torcedores que viram o triunfo diante do União Bandeirante, na finalíssima de 1992.
Na ocasião, fazia parte do elenco o ponta direita Aléssio, hoje auxiliar-técnico do Londrina. Mais uma vez, ele quer ficar marcado como parte de uma nova conquista do Tubarão.
"Fora do campo agora tento ficar tranquilo. Todos têm confiança que dentro do gramado os jogadores vão dar conta e tudo vai acabar bem nesse jogo", diz Aléssio, apostando que o domingo vai terminar com volta olímpica azul e branca.
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