Negueba no treino do Coritiba: “Gosto de partir para cima e o drible é um recurso que eu tenho”.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O atacante Negueba encontrou em Curitiba o que precisava. Paciência da torcida alviverde, comportamento frio dos curitibanos que diferem das cobranças ostensivas recebidas no Rio de Janeiro e a chance de se livrar do rótulo de ‘eterna promessa’.

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Aos 22 anos e a titularidade em sete dos oito jogos do Coritiba entre Copa do Brasil e Campeonato Paranaense (estava no grupo poupado contra o Prudentópolis), já registra evolução no propósito anunciado na sua chegada: dar a volta por cima no Alto da Glória.

Negueba surgiu com grande expectativa no Flamengo, onde fez 90 partidas, mas anotou apenas seis gols; em 2013, foi para o São Paulo por empréstimo, sofreu uma lesão séria no joelho direito e também não emplacou, ficando oito meses fora. Voltou ao clube carioca em 2014 e também não se firmou.

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“Lá no Rio o pessoal cobrava muito, recebia muitas críticas. Falavam que eu era a eterna promessa. A torcida vinha falar na rua. Ficava chateado”, lembrou. “Cheguei bem leve aqui. A torcida me abraçou, o grupo também. Estou mais maduro e isso tem me ajudando bastante”, comemorou. “Nem esperava essa titularidade logo. Esperava aos poucos ir conquistando o meu espaço. Agora é continuar me dedicando para continuar no time e ajudar cada vez mais o Coritiba”, afirmou.

Avalizado pelo técnico Marquinhos Santos, que o observava no Flamengo e nas categorias de base da seleção, ele também ganhou créditos com a torcida. Logo na terceira rodada, deu dois chapéus no mesmo lance em um jogo contra o Operário. O lance lhe rendeu o título de mais abusado da rodada dos estaduais. Na última rodada, mais um lençol contra o LEC para arrancar aplausos da arquibancada. “Gosto de partir para cima e [o drible] é um recurso que eu tenho”, comentou.

O próximo passo agora é acabar com o jejum. A última vez que balançou as redes foi em 19 de fevereiro de 2014, pelo Campeonato Carioca, na vitória por 2 a 0 sobre o Madureira. No Brasileirão, foram 11 partidas e nenhum gol. “Quero acabar logo com essa seca.”

A disposição e a movimentação que tem demostrado – graças à formação com três atacantes – também ajudam e dão mais visibilidade ao jogador. “O Marquinhos pede para fazer uma função de meia armador que a gente não tem e estou me adaptando cada vez mais. Já joguei na base como meia e tem me ajudando bastante essa liberdade de cair pelos lados”, disse, antes de revelar o efeito colateral da função: “A dificuldade é que apanha mais, estou apanhando bastante. Tendo muito contato físico”, contou, aos risos.

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A marcação só é maior em casa. Dona Tereza é ‘grudada’ no filho. Sempre o acompanha nos clubes onde vai jogar. Cuida de tudo, da roupa, da comida. Ele não arruma sequer a cama. Ela é linha dura também com as mulheres e não gostou da visita recente da namorada. “Ela já volto para o Rio. Minha mãe não gosta que a namorada viaje junto”, disse o jogador, que também conta com a companhia do pai e dos irmãos Gabriel, 17 e Gustavo, de 9, que chegava a ficar doente de saudade do irmão e se arrisca no futsal com a camisa 7 do ídolo e primogênito da família Ferreira Pinto.